O Parque Tecnológico da Bahia (TecnoVia), que começa a ser implantado em Salvador, poderá contar com laboratórios do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras. Nesta quinta-feira (10) representantes da área de Ciência, Tecnologia e Inovação e reitores das universidades públicas localizadas na Bahia se reuniram com o governador Jaques Wagner para discutir a proposta da empresa. A idéia é que a Petrobras seja uma das empresas-âncora do Parque, estabelecendo interação com instituições de pesquisa e ensino.

Na Bahia, o Cenpes poderá atuar em áreas com grande potencial de crescimento ou expansão, a exemplo dos campos maduros de petróleo e das fronteiras exploratórias onshore e offshore. O governador Jaques Wagner citou que a área de biocombustíveis poderá ter uma atenção especial.

“Pelo fato de 68% do território da Bahia ser situado no semi-árido, a questão do desenvolvimento tecnológico do biodiesel é prioritária”, explicou. De acordo com Wagner, a inserção de novas oleaginosas, a exemplo do pinhão manso, na cadeia produtiva do biocombustível pode ser uma alternativa para pequenos produtores que vivem no campo.

Para o representante do Cenpes, Ricardo Portella, a proposta apresentada para a participação da Petrobras no TecnoVia está de acordo com o pensamento da empresa. “A idéia é trabalhar de forma conjunta com pesquisadores da base acadêmica da Bahia. Nosso interesse principal é que o resultado deste trabalho conjunto possa ser transformado em produtos”, disse.

Com mais de 1.800 empregados distribuídos em uma área de 122 mil metros quadrados, o Cenpes possui sede no Rio de Janeiro, e conta com 30 unidades-piloto e 137 laboratórios que atendem aos órgãos da Petrobras. As tecnologias desenvolvidas no Cenpes fazem da Petrobras a empresa que mais gera patentes no Brasil e no Exterior. Somente entre 2004 e 2006, o trabalho dos pesquisadores do centro resultou em 48 novas patentes no Brasil e 179 em outros países.

O Parque Tecnológico está sendo implantado na Avenida Paralela, em Salvador, numa área de aproximadamente 500 mil m2. Ele abrigará um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica. Será também um centro de convergência do Sistema Estadual de Inovação na Bahia, nas esferas pública, acadêmica e empresarial. Segundo o secretário de CT&I, Ildes Ferreira, no TecnoVia, o foco será na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

De acordo com o coordenador do TecnoVia, Horácio Hastenreiter, um dos atrativos do empreendimento é o envolvimento dos responsáveis pela formação dos recursos humanos, a exemplo das universidades. “Este é um fator importante para o êxito do projeto, pois são os responsáveis pela pesquisa, desenvolvimento e pela geração de uma dinâmica produtiva, relacionada à inovação e geração de novos empreendimentos”, disse.

Coordenado pelo governo estadual, através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), o projeto do TecnoVia conta com a parceria da Prefeitura de Salvador, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Sebrae e possui o envolvimento de universidades e faculdades situadas na Bahia.

Atualmente existem no Brasil cerca de 40 Parques Tecnológicos implantados e em fase de implantação, sendo 18 na região sudeste, 12 na sul, seis na região nordeste, um na centro-oeste e outro na norte. O empreendimento representa hoje uma necessidade para o desenvolvimento sustentável na área de CT&I. Para se ter idéia, a França tem 80 Parques Tecnológicos, o Reino Unido 60 e a Espanha 35.