Técnicos da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) e da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) estão fazendo um diagnóstico dos dessalinizadores instalados nas regiões de Ourolândia (localidades de Catarina e Baixo José Felix), Juazeiro (Gangorra e Marruá), Campo Alegre de Lourdes (Capagem, Malhada e Jequitaia), Chorrochó (Caraíbas), Palma Monte Alto (Pinga Fogo) e Caetité (Pajeú dos Ventos).

Instalados há vários anos nessas regiões, os equipamentos transformam água salobra em potável, mas, com o tempo e sem manutenção, muitos acabaram sem funcionamento. Por meio do Programa Água Doce do governo federal, a SRH, em parceria com a Cerb e outros órgãos estaduais, está verificando a atual condição dessas máquinas para fazer a manutenção e a recuperação.

A assistente sócio-ambiental da SRH, Silvani Honorato, explica que, no processo de dessalinização, uma parte da água é transformada em potável e a outra concentra a salinidade. A água salobra, que é chamada de rejeito, era jogada no meio natural, provocando sérios danos ambientais como, por exemplo, a salinização do solo.

É uma situação que o Programa Água Doce pretende reverter tendo como uma das estratégias, a implantação de duas unidades demonstrativas no semi-árido baiano. Trata-se da montagem de tanques para o aproveitamento dos rejeitos dos dessalinizadores para a criação de peixes que se adaptam a água com alto teor de sal.

“Com a unidade demonstrativa, o rejeito será aproveitado para a criação de peixes, a exemplo da tilápia. A água também será aproveitada para o plantio de atriplex destinada à alimentação de animais. A proposta é gerar emprego, renda e coibir os impactos negativos sobre o ambiente”, afirma.

A intenção do Programa Água Doce é capacitar a comunidade para manusear e fazer a manutenção dos dessalinizadores, evitando a dependência da assistência técnica. Por isso, os órgãos deverão promover reuniões de mobilização para envolver os cidadãos no processo.