O passo inicial para a recuperação das rodovias estaduais que cortam a Região Metropolitana de Salvador foi dado nesta segunda-feira (5), durante a assinatura de um acordo no Centro Administrativo em Salvador. Um convênio firmado entre o governo da Bahia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Internacional Finance Corporation, ligada ao Banco Mundial (Bird), vai garantir a aplicação de US$ 1,6 milhão na elaboração de um estudo que vai definir se a restauração das estradas será feita por meio de concessão ou parceria público-privada (PPP).

O governador Jaques Wagner ressaltou que a área do Pólo Petroquímico de Camaçari – que faz parte do complexo da BA-093 – é de importância estratégica para o desenvolvimento econômico da Bahia e que “é preciso revigorar estradas que foram construídas há 30 anos e que ainda não tinham recebido grandes intervenções”.

De acordo com o secretário da Infra-estrutura, Antonio Carlos Batista Neves, uma equipe técnica terá um prazo de 12 meses para a conclusão dos estudos. “Dentro do projeto, há a proposta de recuperação de 10 rodovias que se interligam com a BA-093, com o acesso entre o Pólo Petroquímico de Camaçari e os municípios que representam 65% do Produto Interno Bruto do Estado, num investimento final de R$ 180 milhões”.

Batista Neves explicou ainda que os recursos utilizados na produção do estudo de viabilidade serão devolvidos pela empresa que vencer a licitação para a recuperação das rodovias.

Os empresários do setor produtivo baiano comemoram a iniciativa e acreditam que o convênio representa um grande passo para a desobstrução dos gargalos da infra-estrutura existentes no estado. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Jorge Lins Freire lembrou que essa é uma antiga reivindicação. “Isso aumentará a competitividade da Bahia com outras unidades da federação e com certeza vai se refletir na atração de novos investimentos”

O modelo baiano de estudo de viabilidade para a escolha do melhor modelo de parceria para a resolução de problemas na área de infra-estrutura servirá como referência para o restante do país. A observação é do secretário da Fazenda, Carlos Martins. Ele pontua que a principal idéia é que estados, empresários e União tenham uma visão integrada para a resolução dos problemas que interferem no crescimento econômico das regiões brasileiras.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ressaltou a potencialidade da economia baiana e disse que o Estado está longe de ser um pólo em estagnação. Segundo Coutinho, o BNDES está aberto para ajudar na execução de projetos baianos, sobretudo em sistemas rodoviário e portuário e transporte urbano de massa.

Durante a solenidade, o governador Jaques Wagner também pontuou a participação baiana no mercado nacional de pneumáticos (40%) e a abertura de 23 editais de licitação para a área de mineração, nos últimos 14 meses. Dados da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) apontam que nas últimas três décadas foram abertos apenas 25 editais.

Wagner destacou ainda a importância da parceria entre o poder público e a iniciativa privada. “Temos a consciência que o governo sozinho não tem como fazer todos os investimentos necessários e, por isso, estamos buscando parcerias para garantir as melhorias e o desenvolvimento do nosso Estado”.