O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (9), durante a inauguração das obras do último trecho do Gasoduto do Nordeste (Gasene), em Pojuca (BA), que a construção vai dinamizar a economia nos 51 municípios por onde o gás vai passar, sendo 47 deles baianos.

“Gerar 7 mil empregos significa famílias comprando o que comer, o que vestir e investindo em bens, como um carro ou uma geladeira. E vai haver mais um comércio, ou seja, você cria um dinamismo na cidade que é uma coisa excepcional, sobretudo se nós contratarmos os trabalhadores da região”, afirmou o presidente.

O evento foi realizado na sede do Gasoduto Cacimbas-Catu em Pojuca, a 90 quilômetros de Salvador, com a presença do governador Jaques Wagner, do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, dos ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e da Casa Civil, Dilma Roussef. A previsão é que o trecho esteja concluído no primeiro trimestre de 2010.

Para Lula, o investimento de R$ 3 bilhões significa que o Brasil quer deixar de ser um país periférico e se transformar em uma nação forte e socialmente justa. “Não queremos que o Nordeste seja comparado com o Sul e chamado de o primo pobre. Queremos que seja dada à região, tanto no ponto de vista de universidades como de investimentos, as mesmas oportunidades que tiveram outras regiões do país”, pontuou.

Sobre o crescimento nacional, Lula afirmou: “eu nunca trabalhei com a idéia de que o Brasil deveria crescer 15% ao ano. Eu trabalho com a idéia de que a gente possa crescer 5%, mas por um longo período”. Para ele, este crescimento contínuo cria uma base sólida que não corre riscos quando houver crises em outros lugares do mundo. “A experiência que estamos vivendo agora é que a crise americana ainda não resvalou no Brasil”, garantiu.

Maior obra de engenharia

O Gasene possui quase 1,4 mil quilômetros, divididos em três trechos. Os dois primeiros trechos, Cacimbas (ES) – Vitória (130 km) e o Cabiúnas – Vitória (303 km), estão em operação desde novembro de 2007 e fevereiro de 2008, respectivamente. O gasoduto é a maior obra de engenharia de construção e montagem de dutos no país desde a conclusão do Gasoduto Brasil-Bolívia, que está em operação desde 1999 e conta com quase 2,6 mil quilômetros.

O governador declarou que o Gasene vai ser fundamental para a Bahia, o Nordeste, o Brasil e para a Petrobras. “Representa mais gente incluída socialmente. O conceito é integração nacional”, observou.

Wagner lembrou que várias usinas térmicas estão para se instalar na Bahia em função da oferta desta fonte de energia. “A BahiaGás foi a segunda empresa a assinar contrato com a Petrobras, ofertando o produto para essas empresas. Com esta obra, a Bahia se sente honrada com o desenvolvimento do país” afirmou.

Integração nacional

O presidente da Petrobras disse que havia uma rede de distribuição que ia de Catu ao Nordeste, transportando todo o gás utilizado na região, e outra do Rio até o Sul, ligando a produção do Sudeste à da Bolívia. “Eram dois “Brasis” separados, incapazes de se unificar”, observou.

Segundo Gabrielli, a demanda de gás do Nordeste cresceu, devido ao desenvolvimento industrial, às termoelétricas e a outros usos, como domiciliar e veicular. “O produto é um elemento importante que possibilita o crescimento do país. Para que essa situação seja estável, é necessário que aqueles dois sistemas de distribuição sejam integrados” explicou o presidente da Petrobras.

Gabrielli disse que esta é a função do gasoduto que está sendo instalado e que todo o equipamento que vai transportar os 20 milhões de metros cúbicos diários de gás já estão alocados. “As obras serão realizadas em seis frentes de trabalho, com 25 meses de duração e a participação de 7 mil funcionários. Isso significa um impacto tanto durante a construção como depois, na operação da rede”, detalhou.