No encerramento do encontro da Missão Conjunta Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/Aids ao Estado da Bahia foram definidas ações que complementem e reforcem o trabalho na prevenção do HIV/Aids.

O evento aconteceu nesta quarta-feira (21), na sala de reuniões do gabinete da Secretária da Saúde. Para os anos de 2008 e 2009, a Organização das Nações Unidas vai investir no Plano 624,814 mil dólares, podendo chegar a um milhão de dólares.

Na Bahia, de acordo com dados do SINAN, foram registrados de 1984 até dezembro de 2007, 8.330 casos da doença. Dados de 2006 revelam que 74% dos municípios têm pelo menos 01 caso registrado. A cidade de Salvador acumula o maior número (4.459), seguida de três municípios do Semi-árido: Feira de Santana (405), Vitória da Conquista (295) e Juazeiro (246).

Além de avançar para o interior, nos últimos 10 anos, a epidemia assumiu um novo perfil: atinge cada vez mais mulheres, jovens e heterossexuais.

De 2000 a 2006, foram notificados 889 casos entre gestantes. Cerca de 60% dessas mulheres realizaram o pré-natal e 55% fizeram uso de anti-retrovirais no parto. Uma média de 45% das crianças expostas fizeram uso do AZT xarope por seis semanas, nesse mesmo período.

Na avaliação do coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unidas) no Brasil, Pedro Chequer, o encontro foi muito positivo excedendo, inclusive, a expectativa dos participantes, do ponto de vista da praticidade e do envolvimento e preocupação da atual gestão do Governo do Estado com a prevenção do HIV/Aids.

“Baseado nas prioridades definidas pelos governos Federal e Estadual, a ONU vai concentrar ações de prevenção na Bahia. Sentimos uma abertura muito grande por parte dos governos em relação à nossa proposta. Isso nos motiva ainda mais para efetivarmos essa parceria”, destaca Chequer.

O plano vai desenvolver ações universais que pretendem abranger toda a Bahia, em três linhas de ação: Prevenção à Transmissão Vertical ao HIV e Sífilis; apoiando o plano estadual já existente no sentido de ampliar a cobertura do diagnóstico do HIV na gestante, e aumentar o acesso ao tratamento evitando a contaminação do bebê, além do trabalho de prevenção para evitar que a mulher não gestante contraia o vírus.

Outra linha de ação será a prevenção em escolas, que vai garantir aos estudantes acesso às informações sobre prevenção, e a terceira linha será o enfrentamento à feminização da epidemia, que em sintonia com o plano do estado vai ampliar o trabalho no Sistema Penitenciário reduzindo a vulnerabilidade da mulher na visita íntima.

Ações específicas

Além das ações universais, alguns municípios do semi-árido baiano serão beneficiados com ações específicas, que serão norteadas pelas necessidades locais. O semi-árido representa 69,3% do território baiano. São 265 cidades, com um total de 6,7milhões de habitantes, que possuem os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano do estado.

Serão realizados diagnósticos das realidades desses municípios para que as ações possam ser desenvolvidas. Pedro Chequer destaca que a decisão pelo Semi-árido foi baseada na política de governo que vem sendo desenvolvida no estado, priorizando as áreas que tiveram menos investimentos nos últimos anos.

“Nós estamos aqui para somar e fortalecer as políticas que o governo já vem desenvolvendo. Se a orientação é o Semi-árido vamos investir para levar ações de promoção e prevenção à saúde nas localidades definidas”, conclui o coordenador do programa.

Participaram da reunião representantes das secretarias estaduais de Justiça (SJCDH), Segurança Pública (SSP), Educação (SEC), Desenvolvimento Econômico Social e Combate a Pobreza (Sedes), Promoção da Igualdade (Sepromi), além do diretor geral da Sesab, Washington Couto e a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde, Lorene Pinto. Também estavam presentes representantes do Ministério da Saúde, UNFPA, Unicef, Unifem, Unesco, Unaids, UNODC, OAS/OMS e PNUD.