Cercado por serras, montanhas e açudes, o município de Itiúba, no semi-árido baiano, na região do Piemonte da Diamantina, foi o local escolhido pelo Estado para o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Aqüicultura da Bahia, realizado neste sábado (14), pelo governador Jaques Wagner.

Inicialmente, dois projetos intitulados Povoamento Racional de Aguadas Públicas e Unidades Demonstrativas de Piscicultura em Tanques Redes irão ser implantados em 144 municípios de 17 dos 26 Territórios de Identidade baianos. A execução dos projetos, coordenados pela Bahia Pesca em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), ficará a cargo das universidades públicas estaduais Uneb e Uesb, num total de R$ 10 milhões de investimento para um público de beneficiados estimado em 60 mil famílias. O apoio financeiro é do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), gerido pela casa Civil.

A escolha por Itiúba é estratégica e simbólica. Com, cerca de, 36 mil habitantes e uma economia fortemente mantida pela atividade primária ( agricultura e extração de minérios), o município possui um dos maiores açudes baianos, o Jacurici, com 168 milhões de m³ de água e 40 quilômetros de extensão, localizado no povoado de Rômulo Campos. Além de ser o principal manancial para abastecimento d’água da região, já foi considerado um dos reservatórios de maior índice de piscosidade. Há cerca de dois anos, organizados, pescadores artesanais se transformaram em empreendedores do setor de piscicultura.
O projeto de Povoamento de Aguadas Públicas fará a distribuição de 42,3 milhões de alevinos em pequenas barragens, reservatórios e açudes de 122 municípios, potencializando a atividade pesqueira com o aproveitamento dos recursos hídricos locais. Nos 3 primeiros anos, a produção pode atingir 4,3 toneladas de peixe. Já o de Unidades Demonstrativas de Piscicultura, implantará 32 tanques redes com produção de pescado, com a participação de 900 famílias de diversos territórios.

Segundo Aderbal de Castro, diretor-presidente da Bahia Pesca, a estado da Bahia tem 300 grandes barragens, com volume acima de 40 milhões de m³ e potencial para a piscicultura. “Para aumentar a eficiência do processo, vamos iniciar o povoamento com alevinos em tanques redes, onde serão mantidos por até 50 dias, e depois eles serão soltos nas barragens levando-se em consideração fatores químicos, físicos e biológicos dos açudes”, explicou.

Mais benefícios – Além do lançamento do Plano de Desenvolvimento da Aqüicultura,o governador Wagner aproveitou a ida à Itiúba para inaugurar diversas obras, como as de ampliação do mercado Joviniano de Carvalho, de urbanização das praças Calumbi e do Sertanejo e das avenidas Belarmino Pinto e Oswaldo Campos. Os itiubienses fizeram festa e lotaram o novo mercado municipal, principalmente os agricultores familiares e feirantes que tiram de lá o seu sustento diário.

Na zona rural, aproximadamente 800 pessoas de três comunidades ganharam sistemas de abastecimento de água, num investimento da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) no valor total de R$ 307 mil. Já no povoado de Curral de Varas, outros 300 agricultores que vivem do cultivo da mandioca receberam uma casa de farinha.

Para garantir atenção básica na área de saúde na sede e zona rural do município, o governador assinou ordens de serviço para a implantação de oito unidades de Saúde da Família, num investimento total de R$ 1, 3 milhão. Ao lado da prefeita Cecília Petrina, Wagner empossou oficialmente diversos agentes comunitários de saúde.

Ao som da banda Mestre Bugué, formada por jovens da Escola Municipal de Música, foram anunciadas também a construção de duas quadras poliesportivas, a implantação de novos sistemas simplificados de abastecimento de água e a recuperação do sistema de esgotamento sanitário em 11 distritos da zona rural.

Ao se despedir da população, o governador falou à imprensa: “A gente sabe que a piscicultura ou a aqüicultura planejada dá mais condições de desenvolvimento econômico que a pesca artesanal, e o nosso trabalho é justamente o de melhorar a qualidade de vida de quem tem menos renda e melhores condições de vida”, afirmou Wagner.