Extremo Sul sedia 1ª plenária da Conferência de Comunicação da Bahia

GABRIEL CARVALHO

De Eunápolis, no Extremo Sul

Publicada às 10h e atualizada às 14h20

A primeira plenária da Conferência Comunicação Social da Bahia, realizada neste sábado (7), em Eunápolis, a 650 km de Salvador,  reuniu 120 participantes, no Colégio Modelo do município. O evento – que reuniu representantes da área de comunicação como jornalistas, radialistas, repórteres fotográficos e assessores de comunicação, além de integrantes comunidades indígenas e assentamentos rurais – foi aberto oficialmente pelo secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza Valmir Assunção, que representou o governador Jaques Wagner. Ele presidiu a mesa composta pelo  jornalista Ernesto Marques, coordenador executivo da Assessoria Geral de Comunicação do Estado (Agecom), Gil Moreira, representante da ong Cipó e Dulcineide Fontes, da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária.

Para o secretário, a 1ª Conferência de Comunicação Social da Bahia é uma iniciativa pioneira no país. Assunção acredita que o setor é um dos responsáveis pela sobrevivência dos movimentos sociais, aliado às grandes mobilizações. O jornalista Ernesto Marques destacou que a realização da conferência na Região do Extremo Sul é muito importante para reafirmar a democracia na área de comunicação, bem como garantir os direitos dos profissionais da área.

A integrante da organização não-governamental Cipó, Gil Moreira, ressaltou que a realização de uma conferência, voltada para a comunicação, reunindo representantes indígenas, de movimentos sociais, sindicatos e a sociedade civil organizada é um marco histórico no Brasil e na Bahia. "É tudo muito novo para os cidadãos, pois o Estado sempre esteve defasado no quesito democratização da comunicação, mas há muita vontade de acertar e aprender por parte de todos", avalia. 

Já a representante da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, Dulce Leite Fontes, afirmou que desde a promulgação da Constituição de 1988, a comunicação avançou muito pouco. Segundo ela, hoje há uma política mais aberta dos governos federal e estadual, com relação a organização e o mapeamento das rádios e tvs comunitárias.

Após a abertura da primeira plenária da Conferência Estadual de Comunicação, os participantes assistiram a um vídeo de apresentação de 20 minutos e seguiram para as discussões de quatro eixos temáticos: Comunicação e Desenvolvimento Territorial; Políticas Públicas na Área de Comunicação; Comunicação e Estado e Cidadania e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.

Cada grupo formulou três propostas e elegeu uma prioridade que será apresentada na etapa estadual da conferência, nos dias 14, 15 e 16 de agosto, em Salvador. No fim da jornada, também foram escolhidos os 20 delegados que vão participar do evento na capital.

Profissionais de Comunicação e representantes de movimentos sociais e sociedade civil aprovam a iniciativa

A primeira plenária da Conferência de Comunicação Social da Bahia, em Eunápolis, contou com a participação de profissionais de comunicação e representantes da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e estudantes. Para o jornalista e repórter fotográfico do Jornal A TARDE, Joa Souza, o evento representa uma grande oportunidade de adquirir conhecimento e trocar idéias com os colegas de profissão e integrantes do governo.

A educadora Cláudia de Jesus Ferreira afirmou que pretende implementar as técnicas passadas no encontro em sua atividade profissional com adolescentes de escolas públicas de Porto Seguro.

Os radialistas Coutinho Junior e Gil Costa, que saíram de Arraial D’Ajuda para participar do encontro, também ressaltaram a importância da realização de um evento do porte da 1ª Conferência de Comunicação Social da Bahia. "É uma iniciativa pioneira, que mostra que o governo está interessado em ouvir as reivindicações da sociedade", afirmou Coutinho.

Na opinião do índio Kamaiorá Pataxó, o evento é importante para que os povos indígenas também demonstrem seus pontos de vista e prefrências. "Precisamos estreitar os laços com a sociedade e mostrar a nossa cultura, por meio do rádio, televisão e até a internet", ressalta.