O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), autarquia da secretaria estadual da Cultura, abre nesta sexta-feira (13), no Salão Nobre do Paço Maria Quitéria, na cidade de Feira de Santana, a exposição itinerante “Ipac 40 anos”, que comemora as quatro décadas de fundação da instituição.

O Paço foi recentemente restaurado pela prefeitura local, com fiscalização do instituto e é um dos quinze bens culturais tombados pelo Estado no município de Feira. Depois, a mostra itinerante segue para os municípios de Caetité, no sudoeste baiano, Cachoeira, no Recôncavo, Lencóis, na Chapada Diamantina. Em Salvador, acontecerá em setembro, quando serão comemorados os 41 anos de atividade do Ipac.

O diretor geral do instituto, Frederico Mendonça, afirma que a exposição traz retrospectiva das atividades que marcaram a trajetória do órgão no processo de salvaguarda do patrimônio material e imaterial da Bahia.

A montagem segue temáticas históricas, abordando desde a criação da Cidade do Salvador, no século XVI, até os dias de hoje. São 30 painéis com textos, fotos e ilustrações diversas, que promovem visibilidade e conceituações didáticas para despertar interesse e compreensão dos públicos de variadas faixas etárias.

As populações das cinco cidades baianas, que representam os principais territórios de identidade do Estado detentores do maior número de bens tombados pelo Ipac, terão oportunidade de ver o que há de mais representativo dos bens tangíveis e intangíveis na Bahia.

Por meio do Ipac, o Governo da Bahia, já tombou quase 150 monumentos e imóveis de importância histórico-arquitetônica e registrou seis manifestações culturais como bens imateriais do Estado, como a Festa de Santa Bárbara, o Cortejo do 2 de Julho, que acontece nas festas comemorativas pela Independência da Bahia, a capoeira e os carnavais de Salvador e de Maragogipe.

“Esta exposição é estratégica para a compreensão da história da salvaguarda no nosso Estado”, enfatiza Mendonça. Durante o período da mostra itinerante, entidades locais, como faculdades, escolas de ensino médio e instituições culturais de cada cidade desenvolverão trabalhos educativos e visitas guiadas para a compreensão completa dos dados e fotos expostas.

Segundo Mendonça, o público terá acesso também a informações sobre os acervos museológicos estaduais já que o Instituto administra, atualmente, 13 espaços museológicos e artístico-culturais. Em Salvador, o Ipac é responsável pelo Museu de Arte da Bahia (MAB), Forte Santo Antônio, Palacete das Artes – Rodin Bahia, Palácio da Aclamação, Solar Ferrão, Museu Abelardo Rodrigues e Museu de Arte Moderna (MAM), entre outros.

O Parque Histórico Castro Alves, localizado no município de Cabaceiras do Paraguaçu, o Museu Convento Recolhimento dos Humildes, em Santo Amaro da Purificação, e o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, em Candeias, são as unidades administradas pelo órgão no interior do Estado.

Patrimônio

Novas ações sob a responsabilidade do instituto também estarão expostas na mostra. As salvaguardas dos patrimônios arqueológicos, que são os testemunhos materiais do povoamento ancestral do território baiano, dos patrimônios espeleológicos, com suas cavidades naturais como grutas, cavernas e fontes, e os patrimônios paleontológicos que são os fósseis de animais e vegetais, também serão agregadas aos trabalhos do Ipac.

“A Bahia é um dos estados mais ricos da Federação quando falamos da quantidade e qualidade do patrimônio material, como as construções seculares tombadas, mas também das pinturas rupestres, fósseis e grutas”, diz Mendonça. Para o diretor do Ipac, o 1º Fórum de Patrimônio Material da Bahia, realizado em Lençóis, em maio passado, com 210 prefeituras municipais e sob coordenação geral do secretário de Cultura, Márcio Meirelles, foi concebido com o objetivo de buscar a salvaguarda permanente e o usufruto desses bens via parcerias entre as esferas governamentais municipais, estadual e federal.

“A primeira intenção do Fórum foi mobilizar os municípios para que eles conheçam tecnicamente e valorizem seus patrimônios materiais, sejam eles arqueológicos, paleontológicos, naturais, paisagísticos ou arquitetônicos”, ressalta o Frederico Mendonça.

O próximo passo é a criação de uma rede estadual de municípios voltada à conservação e promoção do patrimônio cultural da Bahia, que promoverá a discussão, o fomento e a criação de instrumentos normativos para a proteção e a promoção dos bens a serem catalogados e mapeados por especialistas. Além de seis secretarias estaduais (Cultura, Desenvolvimento Urbano, Turismo, Ciência Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento e Integração Regional, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) a iniciativa coordenada pelo Ipac conta, com as participações do Museu de Arqueologia e Etnologia da Bahia, da Ufba e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura (MinC).

Videosdocumentários

Durante a exposição, o público poderá assistir ainda ao vídeo de apresentação ‘Ipac 40 Anos’ que aborda a trajetória do órgão e explica em linhas gerais quem são os agentes responsáveis pela preservação do patrimônio. Produzido este ano, o vídeo tem depoimentos do dirigente do órgão e do antropólogo e escritor Raul Lody, com roteiro e direção de Mateus Torres, atual gerente de Pesquisa Legislação Patrimonial e Patrimônio Intangível do Ipac.

Mais duas obras videográficas terão exibições ininterruptas na mostra: o documentário ‘Axé do acarajé ou quizila de Oxalá’, de 2006, com roteiro de Mateus Torres e Raul Lody, e direção de Mateus Torres e do cineasta Póla Ribeiro, além do documentário ‘Retratos de um tempo’ com roteiro e direção do escritor Antônio Risério e Floro Freire.

Igualmente, em Feira de Santana, e até o dia 6 de julho, quando termina a exposição no município, serão realizadas ações de educação patrimonial, visitas monitoradas, encontros e debates relativos às temáticas da salvaguarda dos patrimônios culturais da Bahia. Mais informações sobre o Ipac estão disponibilizadas no site www.ipac.ba.gov.br .