Che Guevara completaria 80 anos no dia 14 de junho. E para lembrar o legado do mítico líder revolucionário, a Sala Alexandre Robatto exibe, de 13 a 19 de junho, o documentário “Carabina M2: Uma arma americana”, de Carlos Pronzato. A obra reafirma a importância da luta de Che pela libertação latino-americana, retratando o percurso de Guevara na Bolívia.

O recorte temporal se dá desde a sua chegada em 1966, sua instalação na selva boliviana até a sua morte em 09 de outubro de 1967. O nome do documentário faz referência à arma com a qual ele foi executado, uma carabina M2 de fabricação norte-americana, acionada pelo sargento Mário Téran. Esta arma é mostrada mundialmente pela primeira vez no filme , pela viúva do tenente Carlos Pérez Gutiérrez , quem na época entregou o artefato ao citado Mario Terán para executar Che Guevara.

Percurso

Para reconstruir o percurso do guerrilheiro argentino-cubano na Bolívia desde a sua chegada em novembro de 1966 até sua morte em outubro de 1967 foram entrevistados: o general Gary Prado (na época capitão) responsável pela captura do Che; o general Miguel Ayoroa (na época major); os guerrilheiros José Castillo (Paco) e Salustio Choque; o general Jayme Niño de Guzmán, piloto que transportou Che morto no helicóptero; o jornalista Carlos Soria Galvarro, referência nos estudos sobre Che na Bolívia, dentre outros.

Nascido na Argentina em 1928, depois das suas famigeradas viagens pela América Latina , Che aportou em Cuba onde tem início sua lenda com o triunfo da revolução cubana em 1959. Após um período de relativa calma em funções de governo, tem lugar sua fracassada expedição na África e finalmente chega a Bolívia para pôr em prática seu plano de insurreição continental anti-imperialista. É capturado e assassinado em 9 de outubro de 1967 no sudeste boliviano. Desde então seu mito não pára de crescer.

Aos 39 anos, o argentino que optou por uma vida errante e não-convencional, tendo se tornado a maior referência de luta anti-imperialista, se destacando no processo revolucionário cubano e incentivando e apoiando movimentos insurrecionais pelo mundo afora, acabou seus dias na Bolívia.

Guevara percorreu a geografia latino-americana extraindo dela , através do seu mergulho cultural e político , a matéria que finalmente iria torná-lo o guerrilheiro heróico, baluarte na defesa do seu povo diante da exploração do império. A música do filme é do cantor e compositor popular ítalo-argentino Piero, consagrado em toda a América Latina.

Sobre o cineasta – Carlos Pronzato é argentino, mas reside na Bahia desde 1989. Diretor teatral, escritor e cineasta, retrata há alguns anos o panorama sócio-político latino-americano , através de produções audiovisuais independentes. Já realizou mais de 30 documentários e curtas, dentre eles: “O Panelaço, a rebelião argentina” (2002); “Bolívia, a Guerra do Gás” (2004); “A Revolta do Buzu” (2004); “Jallalla Bolívia, Evo Presidente!” (2006); “A Rebelião dos Pingüins” (2006).

Serviço

“Carabina M2: Uma arma americana”, de Carlos Pronzato, em cartaz de 13 a 19 de junho, na Sala Alexandre Robatto. Sessões às 15h; 17h30 e 20h.
Direção: Carlos Pronzato
Duração: 90 minutos
Censura Livre
Período de 13 a 19 de junho
Sessões às 15h; 17h30 e 20h
Entrada franca