Publicada às 14h*
Atualizada às 14h55

O Pólo Petroquímico de Camaçari, considerado o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, acaba de completar 30 anos de fundação. Com mais de 90 empresas e responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, o pólo dá sinais de que as próximas décadas são promissoras. Até 2011, os investimentos previstos superam a marca de US$ 4 bilhões em diversos segmentos – US$ 2,3 bilhões na área de química e petroquímica, US$ 150 milhões na metalurgia, US$ 1,3 bilhão na indústria automotiva e US$ 400 milhões na de celulose solúvel.

Os 30 anos de vida do pólo, que emprega 35 mil pessoas (média salarial de R$ 4 mil no segmento químico/petroquímico), foram festejadas nesta quinta-feira (26) por empresários e autoridades durante um café da manhã realizado na Associação Comercial da Bahia. O evento abriu o Fórum Empresarial “Pólo 30 anos – Desafios, Oportunidades e Perspectivas para as Próximas Décadas”, no qual foram apresentadas e sugeridas algumas estratégias que podem ampliar ainda mais a competitividade do pólo.

As principais delas foram reunidas na “Carta do Pólo Industrial de Camaçari”, entregue ao governador Jaques Wagner pelo presidente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Marcelo Lyra. Resultado de um trabalho de oito meses realizado pelo Cofic, pela Secretaria Estadual da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) e por técnicos das empresas, a carta aponta perspectivas de crescimento do pólo, segundo Lyra. “O documento sinaliza várias demandas e, a partir dele, podemos iniciar a construção do futuro do pólo de Camaçari”, acrescentou o presidente do Cofic.

Ao receber a carta, o governador Jaques Wagner afirmou que é hora de consolidar e concretizar essa agenda. Para isso, o Governo do Estado também vai continuar investindo em infra-estrutura para favorecer o desenvolvimento do complexo. “O Pólo representa um grande salto que a Bahia deu nas últimas três décadas. E eu felizmente vislumbro um cenário de otimismo nesse caminho de desenvolvimento para os próximos 30 anos”, falou Wagner, cujo segundo emprego foi na petroquímica.

Em 2007, o Pólo Petroquímico de Camaçari alcançou um faturamento bruto de US$ 15 bilhões. Responsável por 35% das exportações baianas, o complexo tem sua capacidade instalada acima de 11,5 milhões de toneladas/ano. Entre as empresas instaladas, estão a Caraíba, a Ford, a Bahia Pulp, a Deten, a Dow Química, a Continental, a Braskem e a Bridgestone/Firestone. Alguns empresários marcaram presença no café da manhã.

Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul, falou do papel exercido por sua empresa na expansão do pólo. “Ao longo dos anos, a Ford vem aumentando a sua capacidade produtiva, lançando novos produtos e aliando mão-de-obra, conhecimento humano e tecnologia. E valorizamos a força de trabalho baiana, pois 90% de nossa mão-de-obra é local e 85% mora perto do complexo”, afirmou. A Ford, que atingiu a marca de um milhão de carros fabricados em 2007, tem 25% de sua mão-de-obra feminina e 60% do total de trabalhadores estão em seu primeiro emprego. Ainda segundo Oliveira, a idade média dos empregados é de 31 anos.

Já a Braskem, que também teve seus dados apresentados durante o evento, apresenta uma receita bruta de R$ 24 bilhões. Entre 2002 e 2007, suas exportações cresceram 40%. “A história do pólo combinou desenvolvimento industrial com desenvolvimento regional”, comentou José Carlos Grubisich, presidente da empresa. Considerada a terceira maior produtora de resina das Américas, a Braskem pretende investir aproximadamente R$ 1,7 bilhão na Bahia até 2012, especialmente na modernização de fábricas e na produção de resinas e solventes.