A secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Marilia Muricy, reiterou ao procurador Geral da Justiça, Lidivaldo Britto, através de ofício, a solicitação de que sejam retomados os contatos com o setor de combate ao crime organizado da Procuraria Geral da Justiça. No ofício, Marilia Muricy, lembrou ao Procurador que a necessidade da transferência do interno Genilson Lino da Silva já havia sido alertada por ela, em contato telefônico. A Secretária destacou ainda que “o êxito da operação, que sempre desejamos ver realizada significa apenas parte de um processo que deve continuar, com novas transferências”. O ofício, divulgado nesta segunda-feira (9), foi encaminhado na última sexta-feira (6).

Em uma reunião na sede da SJCDH, dia 27 de maio, da qual participaram o superintendente de Assuntos Penais, Francisco Leite, o diretor do Presídio Salvador, Júlio César dos Santos, o ex-diretor da Penitenciária Lemos de Brito, Luciano Patrício, e o promotor e membro do serviço de inteligência do Ministério Público, Edmundo Reis, ficou acordado que seria acelerado o processo de desocupação do Corpo IV, em que se encontrava Genilson Lino da Silva. O processo foi iniciado por determinação da Secretaria da Justiça, uma vez que laudos técnicos emitidos por funcionários da SJCDH e da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (SUCAB) indicavam risco de desabamento.

Nessa mesma ocasião, Edmundo Reis foi incumbido de resgatar informes da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) que deixaram de ser enviados para a Secretaria da Justiça desde setembro de 2007.

Transferências

Marilia Muricy também mencionou, no ofício, o fato de que, após a fuga do interno Eberson Souza dos Santos, ocorrida em junho deste ano, foi realizado o desmonte de todo o grupo liderado pelo detento, transferindo os integrantes para o Presídio de Salvador ou para a Unidade Especial Disciplinar (UED).

“Perseveramos em nossa convicção de que a existência do crime organizado nos presídios brasileiros, de que os nossos não constituem exceção, demanda soluções firmes que vão desde o oferecimento de serviços impedindo a troca de favores, até o recurso às medidas mais firmes de segurança. Quanto ao oferecimento de serviços, temos sido incansáveis na melhoria das condições de saúde, educação e trabalho. Quanto às transferências que vierem a se impor, continuaremos agora, como antes, dependendo do apoio das Instituições especificamente habilitadas para tanto”, reafirmou a secretária.