O governo estadual deu mais um importante passo na estratégia de atração de investimentos privados para a exploração de jazidas minerais descobertas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Foram assinados, nesta terça-feira (17) contratos com grandes grupos do setor (Votorantim, Galvani e Magnesita), para a ampliação e implantação de empreendimentos nos municípios de Irecê, Ponto Novo, Itiúba, Mundo Novo e Brumado. Juntas, as empresas devem investir cerca de R$ 150 milhões.

Os contratos que asseguram o arrendamento das áreas da CBPM para a iniciativa privada foram firmados em solenidade, no início da noite, na Associação Comercial da Bahia. No evento, também foram lançados 16 editais de licitação para exploração comercial de minérios em diversas regiões do estado. As oportunidades disponibilizadas abrangem depósitos e jazidas de minerais, rochas industriais e materiais metálicos.

A medida, além de representar desenvolvimento econômico para o estado, assegura a CBPM mais ganhos em royalties (pagamentos de direitos) na busca pela auto-suficiência. Segundo dados da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, em 2006, a CBPM só arrecadava cerca de R$ 3 milhões em royalties. Hoje, o valor subiu para R$ 7,2 milhões, devendo chegar a até R$ 10 milhões, a partir do próximo ano.

Para as regiões, só os contratos já firmados com os grupos Votorantim, Galvani e Magnesita representam a geração de 350 empregos diretos e cerca de mil indiretos. “Os impactos econômicos são favoráveis não só para o estado, mas para todo o país”, ressaltou o governador Jaques Wagner, que assinou os contratos com os empresários, juntamente com o secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, e o presidente da CBPM, Nilton Silva Filho.

“Fico impressionado em ver como o nosso patrimônio estava adormecido, com uma companhia deficitária, que hoje mostra seu potencial e transforma a Bahia em um dos sítios minerais mais reconhecidos e respeitados”, disse Wagner, que destacou o mapeamento aerogeofísico desenvolvido pela CBPM. A companhia investirá este ano R$ 12 milhões em pesquisa e desenvolvimento. “O Estado tem que fazer sua parte e também ser, por outro lado, um facilitador daqueles que fazem a economia funcionar”, completou o governador.

Conforme explicou Nilton Silva Filho, da CBPM, há ainda o objetivo do governo estadual de aproveitar o momento positivo pelo qual vem passando o setor mineral em todo o mundo, sobretudo, na China, Canadá, Austrália, Japão e Índia. “O setor mineral está vivendo um boom mundial e é bom saber que estamos prontos para acompanhá-lo”, afirmou.

No caso dos editais, as jazidas que serão destinadas à instalação e operação de unidades industriais (para extração de minérios e produção de concentrados minerais) serão arrendadas por 20 anos, renováveis por igual período até a exaustão das reservas. As jazidas estão situadas nos municípios de Camaçã, Nova Viçosa, Canavieiras, São Sebastião do Passé, Itanagra, Belmonte, Casa Nova, Remanso, Sento Sé e Pilão Arcado, abrangendo um total de 280.312 hectares.

“O estado tem ricas jazidas que estavam adormecidas e que agora se tornam oportunidades em negócios que vão gerar riquezas e empregos para a Bahia”, declarou Claudio Fernandes, diretor do grupo Galvani, um dos lideres na área de minerais e fertilizantes. O grupo também atua em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Ceará.

O diretor de exploração mineral o grupo Votorantim, Jonas Belther, acredita que a Bahia já é hoje um dos estados líderes em requerimentos para pesquisa mineral. Segundo ele, o estado abriga R$ 24 milhões de investimentos do grupo, cerca de 25% do total previsto para todo o país. “A Bahia é hoje um atrativo neste setor graças ao trabalho sério que vem sendo realizado pela CBPM, dentre outras ações estaduais, que estimulam a iniciativa privada a investir cada vez mais neste estado”, concluiu.