Há quinze dias da Semana de Prevenção Contra Incêndios, comemorada de 1º a 6 de julho, 155 recrutas do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar da Bahia doaram sangue, nesta segunda-feira (16), na Fundação Hemoba, em Salvador. Além de ser um ato comemorativo da Semana, instituída por decreto presidencial do governo Getúlio Vargas, o gesto reforça o estoque de segurança de bolsas de sangue para os festejos juninos.

Para atender toda a demanda dos hospitais baianos da rede do Sistema único de Saúde (SUS) abastecidos pelo Hemocentro da Bahia, nesse período, é necessário um aumento de 20% no volume das doações, segundo explicou o assessor da Fundação, Damário da Cruz. “O ideal, preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 200 bolsas de 450 ml de sangue, por dia. Atualmente, a nossa média, em Salvador, tem sido de 120, 130 bolsas no máximo”, disse ele.

O soldado Bruno Conceição foi um dos que passaram pela triagem clínica e pelo teste de hemoglobina e se tornou apto para a doação. “Me sinto muito bem sabendo que estou cumprindo com a minha missão, que é a de salvar vidas, e recomendo a todo cidadão”, falou orgulhoso o bombeiro. “Vidas alheias, riquezas salvar’ é o nosso lema e como a nossa instituição tem uma imagem positiva perante a sociedade, queremos, com essa atitude, estimular a doação voluntária”, explicou o major Bombeiro PM Júlio Nascimento.

A Fundação Hemoba possui três postos fixos de coleta: na sede, situada na Avenida Vasco da Gama, no Complexo de Saúde César Araújo (CSCA-Pau Miúdo) e no hospital Santo Antônio, na Cidade Baixa. O horário de atendimento é de 7h30 àss 18h30 de segunda a sexta-feira. Aos sábados, de 7h30 às 12h30. Mesmo com o feriado prolongado e o ponto facultativo para servidores públicos, no sábado (21) e na segunda-feira (23) o atendimento será normal.

São potenciais doadores pessoas entre 18 e 65 anos, com peso superior a 50 quilos, que estejam bem alimentadas e tenham dormido bem. Não pode doar quem estiver gripado, com febre, mulheres grávidas ou que estejam amamentando, quem teve hepatite há menos de 10 anos, quem tenha ingerido bebida alcoólica até 12 horas antes, quem tem múltiplos parceiros sexuais ou partilhou seringas.

A demanda por sangue nesse período aumenta, de acordo com a assistente social Luciene Macedo, em função dos festejos de junho, que acontecem em praticamente todos os municípios baianos, o que não é o caso do carnaval, por exemplo, onde também há um número alto de acidentes. “No São João, os acidentes acontecem com maior freqüência e intensidade porque há excesso de tudo: de álcool, de festejos e de brincadeiras com fogos de artifício”, alertou.
Luciene diz que é preocupante que algum paciente chegue a um hospital, nesse período, e não tenha o sangue necessário. A gente precisa ter um estoque estratégico para que sobre sangue e não para que falte”, completou a assistente social.

Dados da OMS indicam que, na Bahia, o percentual da população que doa sangue é de apenas 1%, enquanto a média brasileira é de 1,7%. A meta ideal, para a organização, deve variar entre 3% e 5% da população.