Em média, 600 pacientes atendidos por mês por 23 equipes formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e motoristas. Este é o perfil do Serviço de Internação Domiciliar, que será implantado pelo governo da Bahia, por meio da Secretaria da Saúde (Sesab), na primeira quinzena de julho.

Na tarde desta quarta-feira (11), no auditório do Salvador Praia Hotel, foi encerrado o seminário de acolhimento dos profissionais que vão atuar no serviço. Serão envolvidos, ao todo, 171 profissionais nesse primeiro momento, contratados através da seleção pública realizada em outubro do ano passado. Também foram convocados trabalhadores aprovados no ultimo concurso público da Sesab.

A humanização no tratamento por meio da desospitalização do paciente, que será cuidado em casa com o afeto e apoio da família, é um dos principais objetivos do serviço. O programa, que já foi testado em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Londrina, é bem avaliado, principalmente com relação ao avanço na recuperação do paciente, possibilitando a desospitalização precoce, já que o ambiente de casa é mais favorável para a reabilitação.

Inicialmente, o serviço será implantado em 10 hospitais sob gestão direta da Sesab. Em Salvador, serão 12 equipes, distribuídas nos hospitais Geral do Estado (duas), Roberto Santos (quatro), Ernesto Simões Filho (duas), São Jorge (duas) e no João Batista Caribe (duas).

No interior, serão contemplados os municípios de Lauro de Freitas (duas equipes, no Hospital Menandro de Faria), Feira de Santana (três, no Hospital Clériston Andrade), Vitória da Conquista (duas, no Hospital Geral de Vitória da Conquista), Ilhéus (duas, no Hospital Luís Viana Filho) e Jequié (duas, no Hospital Prado Valadares).

A prioridade de atendimento será para idosos com mais de 60 anos, portadores de doenças crônico-degenerativas agudas, de patologias que necessitem de cuidados paliativos e portadores de incapacidade funcional, provisória ou permanente. Aos profissionais das equipes cabe a responsabilidade das visitas, além de treinar os familiares mais próximos para ajudar a cuidar do paciente.


Acolhimento

Em sua palestra no seminário, a enfermeira do Serviço de Tratamento Raquimedular do HGE, Maria José Souza Santos, falou da experiência vivida pela unidade com um serviço semelhante, o Serviço de Atendimento em Domicílio (SAD), que, apesar de dar resultados importantes, foi desativado.

Ela explicou que a internação domiciliar traz de volta o serviço de forma mais consistente e com maior suporte. “Com esse novo serviço vamos atender uma demanda reprimida que temos nas unidades. Muitos pacientes podem receber o tratamento em casa e desocupar leitos para os que precisam de cuidados hospitalares”, afirmou.

O diretor de Atenção Especializada da Sesab, Renan Araújo, afirmou que o programa vai evitar a hospitalização e promover a desospitalização precoce do paciente. “Todos os profissionais vão trabalhar de forma multidisciplinar para garantir a atenção integral e o cumprimento do plano terapêutico do paciente”, destacou.

Recebido com muita expectativa pelos novos profissionais da rede, o programa é avaliado como uma nova modalidade de serviço que vai ajudar na transformação da saúde pública da Bahia. O enfermeiro Sérgio Molfi, que vai atuar em uma das equipes do Hospital Luís Viana Filho, em Ilhéus, disse que espera que o resultado seja positivo. “O programa já foi testado em outros países e em estados do Brasil com avaliações importantes. Espero que aqui também tenha uma boa avaliação”, ressaltou.