O Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial do Estado da Bahia (Progredir) vai investir mais de US$ 16,6 milhões em Arranjos Produtivos Locais (APLs), ao longo de 30 meses, para ampliar a competitividade empresarial a partir da cooperação. Os primeiros setores a serem beneficiados serão os Confecção e de Tecnologia da Informação, que terão aporte de mais de R$ 5 milhões. A ordem para a contratação dos Projetos Estruturantes dos Arranjos Produtivos Locais (APL) dos dois segmentos serão assinadas pelo governador Jaques Wagner nesta quinta-feira (19), às 14h30, no auditório Xangô do Centro de Convenções da Bahia, durante a solenidade de lançamento da etapa 2008 do Produzir.

Os recursos são oriundos de fontes próprias do Estado e de parceiros (40%) e o restante (60%) obtido através de empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Voltado para micro, pequenas e médias empresas de diversos segmentos produtivos, organizadas no formato de Arranjos Produtivos Locais (APL), o programa é coordenado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e executado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA).

No Projeto Estruturante do APL de TI serão investidos inicialmente R$ 2.272.200,00. Já no APL de Confecções serão aplicados R$ 2.766.966,00 (dois milhões, setecentos e sessenta e seis reais). Dentre outras ações, os recursos vão permitir a qualificação da gestão empresarial em TI e confecções, através de um curso superior de formação gerencial especificamente para empresários das duas áreas, além da instalação, em Salvador e Feira de Santana, de um Centro de Design para atender o setor de confecções.

Definição

Os APLs são aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outras instituições locais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Além de apoiar o desenvolvimento produtivo e a competitividade de micro e pequenos empresários da Bahia, o Progredir contribui para identificar novos mecanismos de intervenção pública que aumentem a eficiência coletiva nos aglomerados.

São beneficiários da iniciativa onze arranjos: Tecnologia da Informação (Região Metropolitana do Salvador), Transformação Plástica (RMS), Confecções (RMS e Feira de Santana), Fruticultura (Juazeiro e Vale do São Francisco), Cadeia de Fornecedores Automotivo (RMS, Feira de Santana e Recôncavo), Turismo (Zona do Cacau), Piscicultura (Paulo Afonso), Derivados da Cana-de-Açúcar (Chapada Diamantina), Caprinovinocultura (Senhor do Bonfim e Juazeiro) e Rochas Ornamentais (Ourolândia, Jacobina e Lauro de Freitas) e Sisal (Serrinha, Valente, Conceição do Coité e Santa Luz, além de outros municípios da região sisaleira do Estado).

O Arranjo Produtivo Local de Serviços de Tecnologia da Informação (APL de TI) é integrado por cerca de 90 empresas formalmente constituídas e situadas principalmente na Região Metropolitana de Salvador e em Feira de Santana. Essas empresas oferecem serviços corporativos que têm como função ajudar as empresas clientes na concepção, design, engenharia, implantação, suporte e operação de sistemas de informação com software e hardware. Esses serviços se baseiam no desenvolvimento, implantação, manutenção de software, hardware e redes de comunicação corporativas.

Historicamente, uma das principais deficiências das empresas de TI é a competência gerencial. “O Projeto Estruturante vêm justamente para resolver este gargalo, por intermédio da melhoria na qualificação gerencial dos empresários, com a implantação de um curso superior de formação gerencial especificamente para empresários do setor de TI”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Ildes Ferreira. Além estimular a competitividade, o projeto visa desenvolver novas capacidades da gestão empresarial.

O Arranjo Produtivo Local de Confecções é constituído por cerca de 280 empresas formalmente constituídas e situadas principalmente nos municípios de Salvador (concentradas na rua do Uruguai) e Feira de Santana. O Projeto Estruturante desse APL tem como objetivo promover a competitividade da indústria de bens de moda, por meio da inserção de design de moda como agregação de valor de produtos e marcas. Outro foco é a implementação da integração de tecnologia e conhecimento à cadeia de bens de moda na Bahia.

Estima-se que apenas 20% das roupas usadas pelos baianos são confeccionadas por produtores locais. Já o Estado possui um razoável leque de produtores, concentrados principalmente no bairro do Uruguai em Salvador, e na cidade de Feira de Santana.

Atualmente existem, na Bahia, 1150 empresas que fabricam roupas de todos os tipos, mas que têm participação tímida nas vendas locais. Segundo o Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado da Bahia (Sindvest), o setor que emprega aproximadamente 24 mil pessoas no estado, trabalha de forma quase artesanal e desagregada, sendo que as indústrias se caracterizam por ter a formatação de micro e pequenas empresas, muitas vezes de gestão familiar.

“A entrada no competitivo mercado global através da inserção da cultura do design, promovido pelo APL de Confecções, é o caminho mais viável para a sustentabilidade do setor e de seus envolvidos” afirma Goya Lopes, empresária do setor de design de moda em Salvador.