Cerca de três mil agricultores e assentados de todas as regiões do estado se concentraram, na manhã desta sexta-feira (25), em frente a Assembléia Legislativa da Bahia, para comemorar o Dia do Trabalhador e Rural e reivindicar melhor qualidade de vida no campo. Depois, os manifestantes seguiram para a Secretaria de Agricultura (Seagri), onde aconteceu uma reunião com o secretário Geraldo Simões e representantes do movimento conhecido como “Grito da Terra”, a fim de discutir a pauta de reivindicações da categoria.

“Desenvolvimento Sustentável com Fortalecimento na Agricultura Familiar” foi o tema do movimento, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia (Fetag). Na pauta, pontos considerados como cruciais e emergenciais, a exemplo da assistência técnica pública de qualidade, agilidade na liberação de crédito rural, isenção dos produtos da agricultura familiar, aquisição da produção familiar e de assentados de reforma agrária para as lojas da Cesta do Povo, dentre outros.

O objetivo do movimento era chamar a atenção das autoridades competentes para a importância do fortalecimento da agricultura familiar, expoente no combate a escassez de alimentos. O agricultor Dionísio Pereira veio de Geremoabo, município localizado no polígono da seca, pedir investimentos para o setor.
Ele defendeu um projeto de irrigação utilizando as águas do rio Várzea-Barris, para beneficiar o homem que trabalha na terra. “Se isso acontecesse, melhoraríamos nosso sustento e nossos filhos não precisariam sair do campo para tentar a vida na cidade grande”, disse.

Esta foi a segunda rodada de negociações, neste mês, entre governo e representantes dos trabalhadores rurais. A última aconteceu na terça-feira (22), quando a Secretaria da Agricultura conheceu as solicitações dos trabalhadores. Na reunião desta sexta, das 17 reivindicações, boa parte já está sendo atendida, como afirmou o secretário Geraldo Simões.

“Muita coisa demandada pelo movimento já está em vias de execução pelo governo. Estamos trabalhando na melhoria da assistência técnica, na recuperação de casas e estradas. Temos, por exemplo, programas como o Luz Para Todos e o de distribuição de sementes”. Ele disse ainda que a Bahia possui a maior agricultura familiar do Brasil e que o programa atende a 625 mil famílias baianas.

Na avaliação de José Antônio da Silva, presidente da Fetag, o saldo da reunião foi positivo. “Não perdemos a viagem, a luta continua. Em certo ponto estamos bastante satisfeitos. Este governo é mais receptivo e preocupado com as questões agrárias. Antes nunca tivemos condições de sentar e discutir porque toda vez que buscávamos o diálogo, encontrávamos dificuldade”, enfatizou.