O principal pólo produtor de abacaxi do estado, localizado no município de Itaberaba, a 283 quilômetros de Salvador, recebe nesta terça-feira (29), a segunda aplicação do fungo Tricoderma Xylária. O objetivo do teste, desenvolvido pela Cepalc e executado pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), é combater a fusareose, doença que já acometeu 30% da cultura do abacaxi.

Segundo informações do agrônomo e coordenador de saúde vegetal de análise e risco da Adab, Antônio Bergman, antes de utilizar o fungo, a planta passa por um processo de indução realizada oito dias antes da aplicação e tem como finalidade o nascimento da nova planta.

O novo método de combate à praga já obteve resultados favoráveis em plantações de maracujá e, de acordo com o engenheiro agrônomo da Ceplac, Givaldo Rocha Niella, por se tratar de agente de controle biológico, espera-se que além de controlar a doença possa diminuir o uso de produtos químicos que causam riscos ambientais.

Portaria

A fusariose causada pelo fungo Fusarium subglutinans é considerada a doença mais drástica da cultura do abacaxi, provocando perdas de produção que podem atingir 100%. Visando conter o avanço da doença no território baiano, a Adab publicou, no último dia 23, a Portaria nº 286/2008, que determina a obrigatoriedade e o rígido controle da praga em todo estado.

Na portaria consta o arranque de plantas com sintomas, proibição da introdução de abacaxi contaminado e da aquisição de mudas de locais com mais de 5% de plantas portadoras da doença. Também passa a ser obrigatória a destruição de restos culturais do abacaxizeiro após a colheita do primeiro fruto.

Ainda de acordo com a nova legislação, todos os produtores estão obrigados a se cadastrar na Adab, sendo que a comercialização de mudas só poderá ocorrer após este cadastramento. O agente etnológico da doença pode ser disseminado por mudas e partes de abacaxi portador da fusariose, por insetos, pássaros e até pelo vento.