Os agricultores familiares beneficiados pelo Programa do Algodão do Vale do Iuiú, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura (Seagri), via Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vão receber na próxima segunda-feira (21), no auditório da Casa Anísio Teixeira, em Caetité, o primeiro pagamento referente à venda das cinco carretas de algodão comercializadas. Os agricultores aderiram ao beneficiamento e comercialização da produção de forma orientada.

O montante é de mais de R$ 300 mil e será repassado em solenidade promovida pela EBDA, juntamente com o Comitê Gestor do Negócio do Algodão. A Cooperativa do Cerrado da Bahia (Cooceba) será a entidade responsável pelo repasse do dinheiro às associações de produtores envolvidas no processo, que, por sua vez, repassarão aos agricultores, de acordo com a quantidade do algodão produzido por cada um.

Para o presidente da EBDA, Emerson Leal, esta é uma vitória do Governo do Estado, dos técnicos da empresa e, principalmente, dos agricultores familiares, que vão sair da dependência dos atravessadores, passando para uma nova etapa de produção com mais organização e, conseqüentemente, maiores lucros.

Segundo Ernesto Lacerda Lédo, um dos coordenadores do programa, pela EBDA, o pagamento corresponde a 128,941 toneladas de pluma, que foram vendidas em São Paulo, principal centro de comercialização de algodão do país. “Este montante vai para as mãos de praticamente todos os agricultores que assinaram o acordo de beneficiamento do seu produto”, disse.

Foram beneficiados 700 produtores da região, que abrange os municípios de Guanambi, Malhada, Iuiú, Palmas de Monte Alto, Pindaí, Urandi, Brumado e Livramento de Nossa Senhora, no Vale do Iuiú (Território Sertão Produtivo). Dos agricultores contemplados, 296 optaram pelo beneficiamento e comercialização da produção, que receberão pela pluma comercializada.

O coordenador explicou que os valores mencionados referem-se apenas ao algodão em pluma, faltando contabilizar o valor do Programa de Escoamento da Produção (Pepro), aplicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como incentivo à produção. Hoje, o valor é de R$ 0,54 por quilo, em cima do preço de mercado (R$ 38 por arroba), até o limite de R$ 25,5 mil quilos, por carga.

Os cotonicultores do Vale do Iuiú fazem ainda jus ao valor correspondente a 30% do total da produção de caroço. “Ficou acordado o pagamento da usina de beneficiamento com 70% do caroço produzido, ficando os 30% restantes, juntamente com a pluma, livres para os produtores”, explicou Lacerda.

Estimativa

Do total da pluma produzida, ainda faltam quatro caminhões seguirem viagem para comercialização em São Paulo. A estimativa é de que até o final da próxima semana já se tenha essa situação definida, com toda a produção comercializada. “Tem sido relativamente fácil a comercialização dessa produção. A excelente aceitação no mercado deve-se à alta qualidade e pureza do algodão produzido no Vale do Iuiú”, afirmou o coordenador.

Para se chegar a este nível de produção, foram tomados cuidados e adotadas medidas, desde a distribuição de kits-produtividade e de sementes básicas, até a distribuição de sacos e cordão para o acondicionamento correto do algodão colhido. Outra etapa importante foi a capacitação dos agricultores, que passaram por reciclagens sobre tratos culturais, colheita e armazenamento do produto, dentre outros itens.

O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cotonicultura no Vale do Iuiú conta com a parceria da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), do Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Algodoeira (Fundeagro), da Embrapa Algodão, da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Fundação Bahia, de Barreiras.