Em continuidade a seus novos projetos, o Balé do Teatro Castro Alves levará para o Cine Teatro Plataforma suas mais novas coreografias. Os espetáculos “s/título”, inspirado em “A Hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke, com direção de Nehle Franke, será apresentado nesta quinta-feira (24), e “O Azul de Klein”, com a participação da companhia João Perene – Núcleo de Investigação Coreográfica, no dia seguinte.

As obras são resultado de dois projetos inéditos lançados este ano: o BTCA Residência e BTCA Convida. As apresentações têm entrada gratuita e apoio da Secretaria de Cultura do Estado, por meio da Fundação Cultural e do Teatro Castro Alves. Nos dois dias, a programação começará às 19h, com abertura do grupo de dança da Comunidade de Plataforma, Herdeiros de Angola.

A companhia João Perene – Núcleo de Investigação Coreográfica completa em 2008 cinco anos de fundação, e teve o seu projeto de residência coreográfica aprovado pelo BTCA. Foram três meses de atividades e ensaios. “É um presente estar comemorando com o Balé, que sempre foi a minha referência em termos de dança na Bahia. Essa troca de corporalidade entre uma companhia oficial e uma companhia independente calhou”, afirma o coreógrafo João Perene.

O resultado dessa experiência, que uniu bailarinos das duas companhias, é a coreografia “O Azul de Klein”, inspirada na vida e obra do pintor e escultor francês Yves Klein (1928 – 1962). O International Klein Blue foi patenteado nos anos 50 pelo próprio artista, que pesquisou e tentou aplicar a cor às suas telas por muitos anos. Ele considerava o matiz intenso uma reprodução perfeita do céu de Nice, sua cidade natal. “Um azul quase escandaloso de tão azul” (Suzana Villaverde – Revista Veja).

A partir dos anos 80, o “azul Klein” caiu no gosto da indústria mundial da moda. A música foi especialmente composta pelo cubano Pepe Cisneros. O cenário é de Gilson Rodrigues, a iluminação do francês Gerard Laffuste, e o figurino, do próprio João Perene.