Duas obras marcantes de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) serão interpretadas pela Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) nesta quarta-feira (23), às 20 horas, na Igreja do Carmo, Centro Histórico de Salvador. O concerto integra a série Mozart nas Igrejas e terá a regência do maestro convidado Christopher Warren-Green. O público baiano terá oportunidade de apreciar, com entrada livre, as sinfonias Concertante K. 297 para sopros e orquestra e a 39 K. 543.

A série Mozart nas Igrejas procura destacar a participação de regentes e solistas que mantêm uma relação especial com o compositor e estão na vanguarda da interpretação. O maestro da Osba e curador da série, Ricardo Castro, observa que os concertos buscam elementos sonoros próprios da época das obras, começando pela acústica das igrejas. Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) foi mestre em quase todos os gêneros.

Mozart criou várias obras-primas que consolidaram o estilo clássico de composição. Escreveu bastante música de igreja, incluindo 18 missas. Sua produção orquestral inclui cerca de 50 sinfonias, mais de 40 concertos, além da vasta produção de música de câmara e de óperas que marcaram o gênero, como As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica.

O regente

Christopher Warren-Green já é conhecido do público baiano por sua atuação frente à Osba. Iniciou sua carreira como violinista e aos 24 anos foi nomeado spalla da Philharmonia Orchestra de Londres. Como solista, passou a colaborar com renomados maestros.
Em 1988, foi nomeado diretor musical e regente principal da London Chamber Orchestra, cargos que ainda exerce. Warren-Green foi maestro convidado de várias orquestras, como a Royal Philharmonic, BBC Concert Orchestra, Royal Liverpool Philharmonic, St. Louis, Minnesota e Indianapolis Symphony Orchestras.
Atuando como violinista, ele gravou para diversos selos, recebendo importantes prêmios, como o “Mercury Music Prize” e o “All Music Musician”. Há mais de oito anos integra o corpo docente da Royal Academy of Music.

As obras

A sinfonia concertante é uma forma musical original do período clássico, e mescla dois gêneros: a sinfonia e o concerto. Até o período barroco, essas diferenças não estavam claramente definidas – sinfonia também designava uma abertura para uma obra cênica, e o que mais se aproximava dessa junção era o chamado “concerto grosso”.

A Sinfonia Concertante K. 297 para sopros está, juntamente com a K.364 para violino e viola, entre as obras de Mozart que obtiveram maior repercussão no gênero. No verão de 1788, Mozart compôs três grandes sinfonias e não se sabe a razão pela qual elas foram escritas (provavelmente tendo em vista uma série de concertos planejada por ele) e não há evidências de que o compositor as tenha ouvido em vida.

A primeira dessas obras-primas é a Sinfonia nº 39 K. 543, em mi bemol maior. É a única de Mozart a ter as clarinetas em lugar dos oboés, o que não era usual na época. A particularidade mostra, mais uma vez, um músico à frente de seu tempo.

Serviço:
O quê: Osba – Série Mozart nas Igrejas
Regente Christopher Warren-Green
Onde: Igreja do Carmo – Centro Histórico
Quando: Dia 23 de julho, quarta-feira, às 20h
Acesso : Entrada livre