Você já visitou alguma exposição na cidade de Cachoeira? Esta é a oportunidade para ir ao Recôncavo Baiano, a 110 quilômetros de Salvador, e conhecer ou revisitar um município histórico, situado à margem esquerda do Rio Paraguaçu, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 13 de janeiro de 1971, com o título de Cidade Monumento Nacional.

A exposição itinerante “Ipac 40 anos”, será aberta neste domingo (3), às 11h, na Ordem Primeira do Carmo – Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo, uma construção de 1715, em estilo rococó que, no século XIX, abrigou o Paço da Câmara, Casa da Moeda, quartel, pensão e hospital. Em 1981, o conjunto passou por uma grande reforma que o adaptou para pousada e centro de convenções. Abriga imagens de madeira de Macau (China), coluna e altar revestidos em ouro e painéis de azulejos portugueses. O prédio é tombado pelo Iphan.

A mostra, que já esteve em Feira de Santana e Caetité, vai ficar em Cachoeira até dia 17 de agosto, depois seguirá para o município de Lençóis. O retorno a Salvador acontecerá em setembro, para as comemorações de 41 anos de atividades da instituição.

Iconografia

Em 1937, o governo federal cria o Serviço do Patrimônio Nacional e Artístico Nacional (SPHS), atual Iphan. Em 1967 é inaugurado, no Largo do Pelourinho, 12, o Ipac, à época Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia-FPACBA- para dar apoio ao Iphan na recuperação do Centro Histórico e dos monumentos tombados.

Em comemoração às quatro décadas de atuação do Ipac, autarquia da Secretaria de Cultural do Estado (Secult), na execução da política de preservação do patrimônio cultural do estado, a mostra “Ipac 40 anos” segue temáticas históricas, abordando desde a criação da Cidade do Salvador, no século XVI, até os dias de hoje, nesta primeira década do século XXI.

São 30 painéis com textos, fotos e ilustrações diversas que promovem visibilidade e conceituações didáticas para despertar interesse e compreensão dos públicos de variadas faixas etárias. O público terá acesso ainda a informações sobre os acervos dos museus estaduais que o instituto administra. Atualmente, são 13 espaços museológicos e artístico-culturais.

Na exposição, será exibido o vídeo de apresentação ‘Ipac 40 Anos’ e os documentários ‘Axé do acarajé ou Quizila de Oxalá’, e ‘Retratos de um tempo’. Durante o período da mostra itinerante, faculdades, escolas de ensino médio e instituições culturais desenvolvem trabalhos educativos e visitas guiadas para a compreensão completa dos dados e fotos expostas na exposição.

Programação

Na Galeria do Ipac (Rua 25 de Junho, 8) acontecerá a exposição “Dialogando com os Museus”. Doze painéis dos principais museus administrados pelo Ipac estarão expostos, objetivando divulgar e estimular a visitação desses espaços culturais.
No mesmo local da mostra acontecerá, de 6 a 8 de agosto, oficina de capacitação “Museus e Novas Tecnologias da Informação”, ministrada pelo professor Adolfo Samyn Lopes de Oliveira, da Universidade Federal do Recôncavo-Ufbr, em parceria com o Demu/Iphan/Minc. Informações e inscrições (75) 3425-2729/ (75) 3245.2138. Em Salvador, Diretoria de Museus (71) 3117-6447.

Patrimônio baiano

O Recôncavo baiano, em especial a cidade de Cachoeira, apresentam-se como pólos de produção de cultura no estado da Bahia. O município possui diversas belezas naturais, mas seu grande patrimônio encontra-se no acervo arquitetônico, estilo barroco – lembranças do Brasil Império.

Terra natal de Ana Néri (1814-1880) e Maria Quitéria (1792-1853), forma com o município de São Félix, na outra margem do rio, um só organismo urbano. Seu nome foi dado pelos índios e significa Mar Grande devido à quantidade das águas e a largura do rio Paraguaçu nesta região. É limítrofe com as cidades de Santo Amaro, Saubara, Maragogipe, Muritiba, Governador Mangabeira, São Gonçalo dos Campos e Conceição de Feira.

Foi nesse lugar, onde se respira história e cultura, que o alemão Karl Heinz Hansen, o Hansen Bahia, escolheu para viver. Hansen foi marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo. Adotou o estado até no nome. Na rua 13 de Maio, no Centro Histórico de Cachoeira, fica a fundação que leva o seu nome e reúne mais de 13 mil peças dentre xilogravuras e matrizes. Um prédio do século XVII que serviu de hospedagem para o Imperador D. Pedro II, em 1858, e para a Princesa Isabel e o Conde D’Eu, em 1885. O secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles, é o presidente do conselho da fundação.

Dia 25 de junho passado, no Centro de Convenções do Carmo, o governador da Bahia, Jaques Wagner, o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira e uma Junta Governativa composta pelos prefeitos dos municípios do Recôncavo, participaram da instalação da sede itinerante do Governo da Bahia, na cidade de Cachoeira. Dentre os despachos, atos de apoio à candidatura das cidades de Cachoeira e São Félix ao título de Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).