O comércio varejista da Bahia indicou uma expansão de 9% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2007. Em relação ao período de abril/maio de 2008, a variação foi de 1,8%.

O crescimento das vendas é reflexo da comemoração do Dia das Mães, que sempre gera bons negócios para o comércio, em maio. O principal destaque do mês foi o ramo de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com expansão de 25,6% nas vendas, impulsionado por fatores como a queda dos preços, o aumento do crédito, a ampliação dos prazos de parcelamento e a geração de emprego.

As informações são disponibilizadas pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE e analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria de Planejamento.
O resultado da pesquisa revela que nos últimos 12 meses a variação na taxa foi de 9,5%. Já nos cinco últimos meses de 2008, o volume de vendas do comércio baiano cresceu 8,8%.

Os ramos que mais contribuíram para tal desempenho durante este período foram Móveis e eletrodomésticos, Livros, jornais, revistas e papelaria, Outros artigos de uso pessoal e domésticos, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos de perfumaria e cosméticos, e Combustíveis e lubrificantes.

O ramo do comércio que mais tem peso na estrutura varejista (Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo) após sucessivos resultados desfavoráveis, nos quatro primeiros meses de 2008, no mês de maio voltou a registrar crescimento nas vendas. A pesquisa apurou crescimento de 5,5% neste segmento, ao passo que o subgrupo de Hipermercados e supermercados a variação foi de 4,6%.

Os dados do PMC de maio, confrontados com igual mês de 2007, revelaram que dos oito ramos de atividade que compõem o volume de vendas, somente o de Tecidos, vestuário e calçados registrou variação negativa, de 5%. os demais apresentaram desempenhos positivos: Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (25,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (24,4%), Móveis e eletrodomésticos (14,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,5%), Livros, jornais, revistas e papelaria (11,9%) e Combustíveis e lubrificantes (11,1%).

Nos segmentos que não integram o indicador do varejo Veículos, motocicletas, partes e peças, as vendas expandiram-se em (12,8%) e no de Material de Construção observou-se aumento de 9,1%.

Apesar dos resultados obtidos nos cinco primeiros meses do ano apontarem expansão do consumo, as expectativas para 2008 são que o desempenho do comércio baiano seja inferior ao registrado em 2007. A sinalização do Banco Central de continuidade da política de aumentos da taxa básica de juros nos próximos meses e a comparação com uma base bastante elevada, ano de 2007, deverá influenciar o desempenho do varejo neste ano.

Os segmentos de bens duráveis serão os mais prejudicados com a medida do Banco Central, pois 75% de suas vendas, aproximadamente, são financiadas e os juros altos são fatores preponderantes para inibir o consumo desses bens, já que deixam o crédito mais caro.

Para as autoridades governamentais, como os índices que medem a inflação no país apontaram aumento nos últimos meses, isso deixou evidente que a elevação dos juros seria inevitável para manter a inflação dentro do centro da meta de 4,5% estabelecida para este ano.

Porém, diante da alta da inflação, motivada essencialmente pela aceleração dos preços dos alimentos, a projeção do mercado financeiro é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador usado como referência para a meta, deverá encerrar 2008 acima dessa taxa, mas dentro da margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima. Essa tese é reforçada pelo comportamento desse índice, que acumulou, de janeiro a maio, alta de 2,88%, representando mais da metade do centro da meta.