O Festival Anual da Canção Estudantil (Face) vem causando uma verdadeira revolução de ritmos e sons nas escolas da rede estadual. Mil e três escolas fizeram seus minifestivais e cada uma elegeu três canções que as representará nos festivais regionais que serão realizados em agosto, em cada uma das 33 cidades-sede das Diretorias Regionais de Educação (Direcs).

Os alunos já vêm se organizando em suas escolas para as apresentações na próxima etapa do Face. “Vimos, na prática, como um festival, igual ao Face, pode motivar e estimular os nossos alunos e queremos parabenizar a SEC por mais essa idéia de sucesso”, afirmou a diretora do Colégio Estadual Sete de Setembro, em Paripe, Marta da Silva.

Após a primeira fase, foi observada ainda uma mudança substancial no relacionamento entre as escolas e entre os alunos e as unidades com as Direcs e a Secretaria Estadual da Educação (SEC). “Esta é a primeira vez que ouvimos falar que os alunos estão ligando para os técnicos da secretaria que estão envolvidos no festival para tirar dúvidas e trabalhar em conjunto”, disse a coordenadora de Projetos Intersetoriais da SEC, Maria Ivanilde Nobre.

As relações entre o professor e o aluno também foram estreitadas. O estímulo dos colegas e dos professores levou a estudante Jéssica Gomes (8ª série do Colégio Germano Machado Neto, em Marechal Rondon) a acreditar no seu potencial e participar do festival.

Classificada para a segunda etapa com a música romântica O Tempo se Esgota, ela elogiou o projeto: “Achei a iniciativa legal, porque muitos alunos se interessaram e passamos a gostar de música. Os que ficavam vagando pelos corredores passaram a trazer para a escola violão e houve alguns que não sabiam e aprenderam a tocar”. Ela explicou que a participação nas oficinas preparatórias para o Face foi importante, “pois foi a partir daí que fluíram as idéias”.

Aproximação escola-população

Com os minifestivais houve ainda, principalmente no interior, a aproximação entre a escola e a população. Em muitas escolas, a escolha das músicas era realizada depois das apresentações nas praças da cidade. Foi com esse clima de integração com a comunidade que o Colégio Estadual Normal de Pintadas apresentou suas 12 músicas candidatas no Centro de Cultura Popular Tacho de Arte, com a participação de professores e pais de alunos.

Em Ribeira do Pombal, a mobilização foi tão motivadora que os shows de calouros ressurgiram e passaram a fazer parte do cronograma de festas da cidade.

A realização desse primeiro festival representou também um aprendizado para a equipe da Superintendência da Educação Básica (Sudeb), envolvida na realização do projeto. “Não havia essa cultura de realizar projetos desse tipo que integrassem tantas escolas. Estamos falando de mil escolas representadas, quando antes os projetos costumavam abranger cerca de 60”, comparou Ivanilde.