LOCAL: Instituto Anísio Teixeira.
DATA: 24.07.08 (quinta-feira)
HORÁRIO: 9h30

O QUE É: Seminário Educação e Convivência no Campo: Avanços e Desafios para o Semi-árido Baiano.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

EVENTO: Acontece nos dias 24 e 25 de julho e é resultado de uma aliança entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Governo da Bahia, por meio da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (Sec), e a Rede de Educação do Semi-árido Brasileiro (Resab). Os realizadores buscam contribuir para a construção de uma política de educação no campo, comprometida com o desenvolvimento sustentável do sertão.

PARTICIPANTES: 200 educadores de organizações da sociedade civil e secretários de educação dos 52 municípios do sertão baiano com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A abertura contará com a presença do governador Jaques Wagner; o secretário estadual da Educação, Adeum Sauer; o secretário executivo da Resab, Rovilson Bueno; o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), Justina Ivã e o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Astor Pessoa.

PROGRAMAÇÃO: Haverá painéis temáticos e oficinas de trabalho. O Baú de Leitura será uma das experiências de educação contextualizada apresentadas no encontro. Desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) e Unicef, o Baú promove a descoberta do prazer da leitura, a partir de atividades educativas desenvolvidas com livros de histórias infanto-juvenis que retratam o cotidiano do Semi-árido. A iniciativa promove a melhoria da capacidade de compreensão de mundo, expressão oral e escrita dos estudantes, além da participação dos pais e da comunidade nas escolas e em espaços alternativos de aprendizagem.

SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO: Se estende por 11 estados com mais de 1,4 mil municípios. É o lugar onde vivem 33 milhões de brasileiros, dos quais aproximadamente 13 milhões são crianças e adolescentes até 17 anos. No Brasil, cerca de 50% das crianças vivem em situação de pobreza, ou seja, em famílias com rendimento mensal per capita de até ½ salário mínimo. No semi-árido, essa proporção ultrapassa 70%, chegando próximo a 80% em alguns estados, como é o caso de Alagoas. A mortalidade infantil na região varia de 30 a 53 por mil nascidos vivos, enquanto a média brasileira é 24,9, segundo dados do IBGE. A desnutrição entre menores de 2 anos é 50% maior do que a média nacional e apenas 35% das mulheres têm acesso às seis consultas de pré-natal recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. O Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), criado pelo Unicef para resumir a situação da primeira infância no Brasil, é 12% menor no semi-árido, confirmando as violações a que são submetidas crianças e adolescentes dessa região. A educação é marcada pela baixa qualidade do ensino público. Os conteúdos, processos pedagógicos e materiais didáticos são descontextualizados com a realidade dos estudantes. E as políticas do setor, assistencialistas e desintegradas, não são suficientes para reverter o ciclo de pobreza do semi-árido. Esses fatores ajudam a entender a razão pela qual mais de 190 mil crianças e adolescentes do Nordeste, entre 7 e 14 anos, não freqüentam a escola. Muitas são submetidas a trabalhos pesados e insalubres. Os que estão matriculados demoram em média 11 anos para concluir o ensino fundamental. Mais de 180 mil adolescentes do Nordeste são analfabetos.