Infiltrações no telhado, desgaste nas estruturas de madeira e concreto e forros estragados. Estes foram os principais problemas acumulados no Palácio da Aclamação, no centro de Salvador, ao longo dos últimos 18 anos, período em que o imóvel não recebeu intervenções.

O prédio de arquitetura do fim do século XIX, que já teve sua obra iniciada em caráter emergencial, será um dos seis sítios do patrimônio histórico e cultural baiano que serão recuperados.

Os outros imóveis históricos que passarão por intervenções são a Igreja e Cemitério do Pilar, Igreja do Rosário dos Pretos, Oratório da Cruz do Pascoal, Palácio Rio Branco e Casa das Sete Mortes – essa última ficará completamente diferente, porque os azulejos portugueses serão restaurados, bem como toda sua fachada, tornando-se uma referência em qualidade de estilo, segundo o superintendente do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), Frederico Mendonça.

Os recursos para os reparos no Palácio da Aclamação (R$ 1,5 milhão) são do tesouro estadual e dos outros imóveis (R$ 15 milhões), são do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), custeados por meio de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartida do Governo do Estado.

Frederico Mendonça informou ainda que todas as obras, com exceção da Igreja do Rosário dos Pretos e do Oratório da Cruz do Pascoal, terão inicio imediato.

O governador Jaques Wagner, que visitou nesta quarta-feira (23) a obra já iniciada no Palácio da Aclamação, destacou a importância de se preservar os valores históricos e culturais. Ele lembrou que muitas pessoas desconhecem a história e que a reforma dos imóveis vai impulsionar a economia local e exercer uma influência positiva na vida das comunidades que vivem no entorno do Centro Antigo de Salvador.

Conclusão em dois anos

Realizadas por meio de parceria entre as secretarias estaduais de Cultura e de Turismo, as obras, que possuem prazo de conclusão de até dois anos, têm como principais objetivos a abertura de novos pontos de visitação em Salvador e a inserção das famílias que vivem nas proximidades dos prédios históricos. Não queremos oferecer somente sol e praia, mas também a cultura e a história da nossa terra para as pessoas que visitam a Bahia”, disse o secretário de Turismo, Domingos Leonelli.

Já o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, destacou a importância de envolver as pessoas que vivem nos locais próximos aos patrimônios arquitetônicos com os projetos. Ele citou como exemplo de sucesso as obras de urbanização da Vila Nova Esperança, que estão sendo conduzidas por meio de parceria entre a iniciativa privada, o poder público e a comunidade. “É uma idéia inspirada em um projeto originário de Berlim, na Alemanha, e que aqui está empolgando todas as 60 famílias que viviam em uma encosta”, informou.

Palácio foi residência oficial do governador

Os 18 anos sem intervenções no Palácio da Aclamação deixaram um saldo de desgaste. O prédio, que foi residência oficial do governador de 1917 até a década de 70, tem problemas no telhado, infiltrações, além de pinturas e paredes danificadas pela ação do tempo.

Segundo o engenheiro responsável pela obra no imóvel, Saulo Faria, será feita a recuperação completa do teto, forros, vitrais e fachada. “Tudo isso preservando as características originais”, explicou.

A obra do prédio, que está tombado provisoriamente pelo Ipac deve ser concluída até outubro deste ano.