Representantes da Associação dos Usuários dos Portos da Bahia (Usuport) foram recebidos pelo governador Jaques Wagner, nesta terça-feira (8), para apresentar a atual situação do trânsito de cargas destinado à exportação na Bahia e solicitar a ampliação do complexo portuário baiano.

Com o aumento recorde nas exportações baianas, que atingiram U$4,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, superando em 27,2% o mesmo período do ano passado, os empresários do pólo industrial estão preocupados com a capacidade dos portos da Bahia. Segundo eles, as empresas responsáveis por 75% do movimento dos portos de Salvador e Aratu estão fazendo o transporte de suas cargas por portos fora do estado, o que prejudica a economia baiana.

Desde 1996, a Bahia teve um prejuízo de mais de R$35 milhões, com o transporte de líquidos e gases, R$23 milhões, com sólidos, e mais R$15 milhões, com o transporte de contêineres. Isso se deve à baixa capacidade dos portos, que hoje é de 1,6 milhão de toneladas para líquidos e gases, 1,2 milhão para sólidos e 100.000 unidades de contêineres por ano. Outro problema é a lentidão na descarga dos carregamentos ,que demora, em média 12 dias, podendo chegar até a 47.

Para os representantes da associação, essa capacidade precisa ser triplicada, principalmente com o acréscimo, este ano, das cargas de minério de ferro, manganês e carvão. Além disso, mais de 500 empresas transportam seus produtos por contêineres e a demanda em todo o mundo dobra a cada cinco anos.

“A carga está sendo transportada por portos de outros estados e nós precisamos mudar essa realidade o mais rápido possível. É uma situação emergencial”, afirmou o diretor executivo da Usuport, Paulo Roberto Batista.

No encontro, os empresários solicitaram ao governador um representante direto para intervir junto ao governo federal, com pedido de urgência na ampliação dos portos. De acordo com os dados apresentados pela Usuport, a demanda de infra-estrutura para 2016 deve passar de 7 milhões de toneladas, para líquidos e gases, 10 milhões, para sólidos, e 650 mil unidades de contêineres.

Para essa demanda, o Porto de Aratu necessitaria de mais dois berços destinados a cargas de líquidos e gases, mais dois para sólidos e o Porto de Salvador mais dois terminais para transporte de contêineres. Com a ampliação a área total do Porto de Salvador deveria passar de 295 mil m² para 578 mil m².

Segundo a proposta da Usuport, os portos deverão ser transformados no ‘Complexo Portuário Baía de Todos os Santos’, por serem complementares. O presidente da Associação, Marco Martins, afirma que “o governo do estado pode ajudar com uma maior representatividade junto ao governo federal, esclarecendo sobre a importância do complexo para a economia baiana e brasileira”, enfatizou.

Jaques Wagner assegurou o interesse do governo na ampliação do complexo portuário e acatou a sugestão do empresariado de fazer um investimento inicial privado. Segundo a Usuport, será necessário um investimento inicial de cerca de R$50 milhões para as ampliações emergenciais, até que o projeto possa ser executado por completo.

Wagner se comprometeu ainda a marcar uma audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, para tratar do assunto na próxima semana, em Brasília.