O intercâmbio entre o Brasil e São Tomé e as possibilidades de parceria entre a Bahia e a nação africana foram temas do encontro entre o embaixador do Brasil na República de São Tomé e Príncipe, Manoel Innocêncio de Lacerda Santos Júnior, o ministro conselheiro, Carlos Vizioli, com o diretor-geral do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), Julio Rocha e o assessor para Povos e Comunidades Tradiconais da autarquia, Diosmar Filho.

O encontro faz parte da agenda de Rocha e Diosmar Filho à África, a convite do Ministério do Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé e Príncipe, onde eles representam o Governo do Estado da Bahia em viagem oficial.

Na oportunidade, foi discutida a possibilidade de a Bahia construir intercâmbio na área ambiental e de recursos hídricos, como no monitoramento das águas, restauração de mata ciliar e mudanças climáticas. A embaixada apresentou interesse também de intercâmbio em outras áreas, como o turismo histórico e étnico-racial, com reativação da rota Salvador – São Tomé – Luanda/Angola, suprimento de energia, cursos de formação em hotelaria, educação e cultura africana, atuação no setor de pesca e aqüicultura. Estas questões serão encaminhadas ao Governo da Bahia.

O embaixador demonstrou interesse na aproximação de ações com o governo, ressaltando que esta aproximação era esperada há mais tempo e que a iniciativa pode ser muito importante nos mais diferentes setores para o governo de São Tomé e Príncipe.

Além disso, se discutiu no encontro, os laços históricos de São Tomé e Príncipe com a Bahia. A capital do "arquipélago dos engenhos", São Tomé, foi fundada logo no começo do século 16, centro do trânsito de escravos do Equador para o Brasil e outros países. Atualmente, a República de São Tomé e Príncipe está entrando em uma nova era, em que são esperadas alterações sociais, econômicas e políticas, induzidas pelas receitas provenientes da exploração de petróleo.

Plano de ação

O Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé e Príncipe entregou ao Governo da Bahia o "Plano de Ação Nacional para Adaptação às Mudanças Climáticas", elaborado com apoio do Banco Mundial e do Fundo Mundial do Meio Ambiente. O plano foi recebido por Julio Rocha e Diosmar Filho, durante encontro com o diretor-geral do Ambiente de São Tomé, Arlindo da Ceita Carvalho.

Para Carvalho "o plano estabelece a avaliação das vulnerabilidades, as necessidades de adaptação, a definição das opções prioritárias e as estratégias de implementação para o país". Ele disse que o governo de São Tomé e Príncipe está aberto ao diálogo com o governo baiano.