Sete condenados custodiados na Penitenciária Lemos de Brito foram autuados em flagrante por tráfico de drogas pela polícia civi, nesta segunda-feira (28), durante operação conjunta da Polícia Militar, Ministério Público Estadual e Secretarias da Segurança Pública (SSP) e da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJDH).

Na revista, realizada durante 10 horas por 215 homens do Batalhão de Choque, foram encontrados R$ 11 mil em espécie, 1.500 trouxas de maconha, 61 pedras de crack, cerca de 20 celulares e 3 facas do tipo peixeira. A vistoria passou por 470 celas dos cinco pavilhões do presídio que abrigam 1.545 internos. No total, 19 presos foram encaminhados ao Departamento de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), no Complexo dos Barris.

O maior volume individual de dinheiro, R$ 3 mil, foi encontrado na cela do condenado conhecido como Espanha. “Os autuados vão retornar à Lemos de Brito para aguardar a decisão da justiça”, disse o secretário da Segurança Pública, César Nunes, na coletiva à imprensa, na Governadoria, com a participação dos representantes de todos os órgãos envolvidos.

Segundo o comandante do Policiamento Especializado, Coronel PM Zeliomar Volta, não houve nenhum incidente. “Os internos já estão acostumados com a revista e colaboraram sem nenhum tipo de resistência”, afirmou. A operação, planejada há dois meses pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado(Gaeco), do Ministério Público, corria em segredo de justiça e tem como objetivo reprimir o tráfico dentro das prisões e exterminar as lideranças que controlam a atividade também fora do ambiente prisional.

O Mandado de Busca e Apreensão foi requerido pelos promotores Paulo Gomes Júnior e Ana Rita Nascimento junto à Vara de Execução Penal do Poder Judiciário. “Essa é a segunda operação desse tipo da Gaeco. A primeira resultou na transferência do Genilson Lima da Silva, conhecido como Perna”, explicou o Procurador Geral de Justiça Lidivaldo Brito.

De acordo com a secretária da Justiça, Marília Muricy, ao contrário do que foi noticiado pela mídia, não houve “ocupação” da penitenciária pela PM e sim a presença institucional do Estado para a repressão do crime organizado, dentro dos limites do que preconiza a Lei de Execuções Penais.

Sobre a possibilidade de novas entradas de drogas e outros objetos no presídio, repassados aos presos pelos familiares durante as visitas, a secretária disse que “em qualquer unidade do país, onde existe abertura para visita, há sempre o risco de introdução. Vamos continuar tomando cuidados especiais e sendo rigorosos na fiscalização e vigilância”, enfatizou.