Governo vai implantar Escola de Ciência

Um dos maiores pesquisadores do mundo, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, vem a Salvador na segunda-feira (7) assinar parceria com o Governo do Estado para implantação da Escola de Ciências.

A instituição, que funcionará em Serrinha, será implantada nos moldes do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), no Rio Grande do Norte, e beneficiará também aos municípios do seu entorno, nos Território do Sisal e Portal do Sertão a partir da parceria do governo com o Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa), instituições locais, prefeitura e organizações sociais.

Primeira do gênero na Bahia, a Escola de Ciência atenderá a estudantes do ensino fundamental e médio das redes públicas municipal e estadual. No turno oposto ao da escola regular, os estudantes vão estudar Física, Química, Biologia, Informática e Robótica, entre outras disciplinas, em laboratórios especializados. Serão beneficiados anualmente 250 estudantes.

Ao justificar o empreendimento, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, diz que “o mundo contemporâneo e globalizado exige, cada vez mais, que a população esteja devidamente qualificada para enfrentar os novos desafios de mercado.

Ele explica que “além da melhoria na qualidade do ensino regular e do ensino profissionalizante, faz-se necessário a junção de esforços em favor do ensino de ciências que poderá resultar tanto em facilidades para o ingresso no mercado de trabalho como na preparação de futuros cientistas”.

Experiência

O Instituto Internacional de Neurociência de Natal (IINN) está situado no ‘Campus do Cérebro’. O complexo inclui também a ‘Cidade do Cérebro’, projeto para 20 mil moradores da periferia da capital do Rio Grande do Norte, o Parque Tecnológico Industrial e projetos sociais, como a primeira escola de ensino científico para pais de estudantes da rede pública e a clínica da mulher. Em São Paulo, opera o laboratório de neurociência do Hospital Sírio Libanês. O IINN funciona há três anos e congrega dezenas de pesquisadores em diversas áreas como neurociência, fisiologia, engenharia e bioquímica.

O cientista Miguel Nicolelis, 47 anos, paulistano radicado há quase vinte anos nos Estados Unidos, desenvolve algumas das pesquisas mais importantes do mundo sobre o cérebro. Atuando na área de fisiologia de órgãos e sistemas, é responsável pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por meio de sinais cerebrais.

O trabalho está na lista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre as tecnologias que vão mudar o mundo.
Reconhecido internacionalmente, Nicolelis está à frente do centro de neuroengenharia da Universidade de Duke, no estado americano de Carolina do Norte, uma unidade de US$ 30 milhões.