Conab quer garantir preço mínimo para o sisal baiano

Garantir um preço mínimo para cada quilo da fibra bruta do sisal produzido na Bahia. Este é o objetivo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que retomou nesta segunda-feira (4) a compra do produto cultivado por agricultores baianos dos municípios de Campo Formoso, Conceição do Coité, Retirolândia, Santa Luz e Valente. As negociações foram feitas entre o órgão federal e a Casa Civil do Governo da Bahia.

Segundo a superintendente estadual da Conab, Rose Pondé, cada produtor receberá R$ 0,99 por quilo de sisal. A quantidade máxima de venda por propriedade é de 30 toneladas a cada safra, que serão adquiridas pelo governo para garantir os estoques da fibra.

Antes de chegar aos armazéns da Conab, no entanto, todo o sisal produzido no estado passa por um processo de classificação, executado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

Segundo o responsável pelo Núcleo de Classificação da EBDA, Germack Ferraz, a análise da fibra determina a qualidade do produto, que é qualificado nos tipos A, B e C. “Cerca de 90% do material analisado é aprovado e recebe um selo e o restante é devolvido para passar por um novo processo de beneficiamento, até adquirir os padrões exigidos”, explicou.

Apesar do alto índice das fibras classificáveis, a lavoura de sisal da Bahia ainda enfrenta um grave problema. O engenheiro agrônomo da EBDA, Evandro Oliveira, disse que a baixa produtividade é o principal obstáculo para o estado, que responde por 95% da fibra produzida no país.

Para Oliveira, a produção baiana tem potencial para sair de 850 quilos por hectare para 1,3 tonelada para cada hectare. “Diante dessa realidade, o governo baiano pretende relançar o programa de apoio à lavoura sisaleira e oferecer capacitação, assistência técnica e subsídios agrícolas”, observou.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a Bahia possui 277 mil hectares de área plantada, dos quais 63% pertencem a agricultores familiares. A atividade envolve cerca de 700 mil pessoas em 35 municípios do semi-árido baiano.