A potencialidade da mamona baiana, tanto para a produção do biodiesel, quanto para óleos de utilização na indústria química, foi o destaque desta segunda-feira (4) na solenidade de abertura do III Congresso Brasileiro de Mamona.

O evento continua até quinta-feira (7), no Centro de Convenções do Othon Palace Hotel, em Salvador.

Autoridades, produtores, técnicos agrícolas e pesquisadores de todo o país discutem novas tecnologias pra ampliar ainda mais a produtividade e a produção brasileiras.

O Brasil destaca-se no ranking mundial, com aproximadamente 160 mil hectares plantados, ficando atrás apenas da China (200 mil hectares) e da Índia (840 mil hectares).

"É um grande momento em que vive a mamona brasileira, sobretudo a baiana, que reúne todas as condições de produzir ainda mais diante das novas potencialidades econômicas da oleaginosa", disse o secretário da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões.

O governo baiano lança no evento duas novas variedades da oleaginosa, com teor e concentração maiores que a mamona convencional, fruto dos investimentos em pesquisa da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

A Bahia representa 76% da produção nacional e 84% da área plantada (141 mil hectares), com concentração na região de Irecê, no semi-árido.

Graças ao resultado das pesquisas e aplicação das novas tecnologias, com treinamento dos produtores, o Estado espera um aumento de 40% da produtividade da mamona baiana.

Segundo o chefe-geral, para o setor de Algodão e oleaginosas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Napoleão Beltrão, o governo baiano tem acertado nas políticas em busca do aumento da produtividade, sobretudo diante estímulo do uso da oleaginosa como matéria-prima do biodiesel.

"Pelo menos, 200 municípios baianos têm aptidão para produção da mamona, o que também amplia as chances de aumento da produtividade pela área plantada", disse Beltrão.

Ele parabenizou governo e produtores, ressaltando que o estímulo à produção da oleaginosa, produzida basicamente pela agricultura familiar, "tem pilares social, ambiental e econômico", como ressaltou.

Safra 2007/2008

A produção da mamona no Brasil na safra 2007/2008 será de 146 mil toneladas – 55,8% a mais que no ciclo passado, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O aumento nesta safra é resultado de um crescimento de área de 7,3%, passando de 155,6 mil hectares para 167 mil hectares, e melhora na produtividade, que teve um incremento de 45,3% quando comparada ao período anterior.

A Bahia responde por 84% da área plantada com mamona na safra 2007/2008, com 141 mil hectares, 15% mais que na safra anterior, com expectativa de colheita de 90 mil toneladas de bagas, contra 76 mil toneladas da safra anterior, um incremento de 18%.

Conforme registros da EBDA, a agricultura familiar está intrinsecamente ligada à produção de mamona no estado.

No Verão passado, foram distribuídas cerca de 220 toneladas de sementes de mamona das cultivares Nordestina e Paraguaçu, beneficiando cerca de 44 mil agricultores familiares; e na safra de Inverno foram cerca de 194 mil quilos distribuídos da variedade Paraguaçu, beneficiando 39 mil famílias.