Museu Regional de Cachoeira, Fundação Museu Hansen, Procissão da Irmandade da Boa Morte e Prefeitura. Este será o roteiro de 45 alunos do Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães, de Salvador, no próximo final de semana, no município de Cachoeira. Com saída marcada para esta sexta-feira (15), os estudantes vão ter a oportunidade de conhecer de perto os laços com a origem africana, além de visitar a cidade que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco do Estado.

Os festejos da Irmandade da Boa Morte tiveram início no último sábado (09) e seguem nesta sexta-feira com sessão solene, missa, procissão e samba-de-roda. A festa religiosa mais tradicional do interior baiano vai contar com a participação do governador Jaques Wagner, de secretários de Estado e de autoridades.

Despertar para a importância da preservação das manifestações culturais em seus aspectos históricos, geográficos, ecológicos e principalmente sócio-filosóficos é um dos objetivos da visita dos alunos à Cachoeira. Para o diretor da escola, Carlos Santana, durante a viagem, os alunos terão a possibilidade de conhecer não apenas a festa alusiva a Boa Morte, mas principalmente os responsáveis por tal tradição.

“Uma das propostas é conscientizar o alunado de que a festa da Boa Morte é inteiramente religiosa, porque não se pode rotular de religioso somente aquilo que fica restrito ao catolicismo, pois os negros africanos escravizados também tinham sua religião e a trouxeram para o Brasil, onde seus descendentes a professam até nossos dias”, esclareceu Carlos.

A Irmandade da Boa Morte nasceu nas senzalas e tinha o intuito de alforriar negros ou dar-lhes fuga encaminhando-os para o Quilombo do Malaquias, em Terra Vermelha, zona rural de Cachoeira.

Além da manifestação religiosa, os estudantes vão visitar o patrimônio arquitetônico da cidade, composto de casarios, Igrejas, prédios históricos e Museus, que preservam a imagem do Brasil Império e vivenciar de forma descontraída e divertida os aprendizados realizados em sala de aula.