Moradores de 23 municípios do território de identidade Chapada Diamantina terão oportunidade de conhecer e visitar a exposição Ipac 40 anos, que será aberta neste domingo (24), às 10 horas, no prédio do Mercado das Artes da cidade de Lençóis.

Localizada a 410 km de Salvador e um dos principais destinos turísticos da Chapada, Lençóis é tombada como Patrimônio Nacional pelo Iphan e conserva viva a memória dos anos áureos da exploração de garimpo.

Considerada a capital baiana do diamante, a cidade revela, em suas ruas de pedra -reduto do casario colonial- parte da história do Brasil. Lençóis preserva o casario colonial e outras construções dos séculos XVIII e XIX.

A Secretaria de Cultura (Secult) desenvolve outros projetos e obras na cidade. O Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, investe cerca de R$ 8 milhões na recuperação de casarios e monumentos, sob a coordenação geral e fiscalização do Ipac.

O financiamento é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a contrapartida do governo estadual. A recuperação envolve o Mercado Municipal, a ponte sobre o Rio Lençóis, o prédio da Prefeitura Municipal, a sede do Iphan, a nova sede da prefeitura, posto de saúde, Teatro de Arena, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Igreja de Nosso Senhor dos Passos, anfiteatro, biblioteca e arquivo público, além de ruas e calçadas.

Também no domingo, às 11 horas, após reforma será reaberta a Casa Afrânio Peixoto, espaço cultural administrado pela Fundação Pedro Calmon.
A exposição itinerante IPAC 40 anos, que permanece em Lençóis até 7 de setembro, será aberta com a presença do diretor geral do Ipac, arquiteto Frederico Mendonça, autoridades municipais, técnicos do Estado e dos municípios, além de personalidades da região.

Ipac em Lençóis

"Só se valoriza o que se conhece". Com essa premissa o Ipac lançou, em setembro de 2007, a Cartilha de Salvaguarda de Bens Culturais da Bahia, com a lista dos bens sob proteção e salvaguarda do Estado.

Na Chapada Diamantina, 12 bens estão tombados provisoriamente. Dois em Lençóis -Vila da Estiva e Vila do Barro Branco-, cinco em Seabra -povoados de Alagadiço, Lagoa da Boa Vista, Campestre, a Capela de Nossa Senhora da Conceição e o Vale do Paraíso.

E mais quatro bens tombados nas cidades de Piatã -Capela de Nossa Senhora do Rosário e Igreja Matriz de Bom Jesus- e Morro do Chapéu – Vila do Ventura e Cidade das Pedras.

Itinerância

Depois de percorrer as cidades de Feira de Santana, Caetité, e Cachoeira, a exposição IPAC 40 anos permanece em Lençóis até 7 de setembro. Em Salvador, a mostra será aberta no dia 11 de setembro no Solar Ferrão, monumento tombado pelo Iphan e que também já abrigou a sede do Ipac.

Iconografia

Em 1937, o governo federal criou o Serviço do Patrimônio Nacional e Artístico Nacional (Sphs), o atual Iphan e, em 1967, é inaugurado no Largo do Pelourinho, 12, o Ipac, à época denominado Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Fpacba).

O objetivo era dar apoio ao governo federal na recuperação do Centro Histórico de Salvador e monumentos tombados.
Em comemoração às quatro décadas de atuação do Ipac, responsável pela execução da política de preservação do patrimônio cultural da Bahia, a mostra itinerante segue temáticas históricas, abordando desde a criação da Cidade do Salvador, no século XVI, até os dias de hoje, nesta primeira década do século XXI.

A mostra tem 30 painéis com textos, fotos e ilustrações diversas que promovem visibilidade e conceituações didáticas para despertar interesse e compreensão dos públicos de variadas faixas etárias.

O público terá acesso, ainda, a informações sobre acervos dos 13 museus estaduais que o Instituto administra. Durante a exposição, será exibido um vídeo de apresentação IPAC 40 Anos, produzido neste ano (2008), e os documentários Axé do acarajé ou Quizila de Oxalá, e Retratos de um tempo.

No período da mostra, faculdades, escolas de ensino médio e instituições culturais desenvolvem trabalhos educativos e visitas guiadas para a compreensão completa dos dados e fotos da exposição.