Osba celebra no TCA os 100 anos de imigração japonesa

Os ventos do país do sol nascente chegam a Salvador em forma de música, para celebrar o centenário da imigração japonesa no Brasil, nesta quarta-feira (13), às 20h30, na Sala Principal do TCA.

A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), sob a regência do maestro búlgaro radicado no Japão, Boyko Stoianov, se apresenta ao lado dos solistas Kifu Mitsuhashi e Nanae Yoshimura e seus instrumentos tradicionais, shakuhachi e koto, e dos brasileiros André Becker (saxofone), Joatan Nascimento (trompete) e Jorge Alves Dias (trombone), colocando ocidente e oriente na mesma partitura.

No repertório, as obras Três Reis, do próprio Boyko Stoianov, Mutação trágica da visão, de Yutaka Makino e a Sinfonia nº. 2. opus 17, em Dó menor, Tchaikovsky. Os ingressos (inteira) custam R$ 20 (filas A a W) e R$ 10 (filas X a Z11).

Mutação trágica da visão, composta em 1985, teve sua estréia em alto estilo, no concerto comemorativo dos 100 anos de construção do Carnegie Hall, em Nova York, com os mesmos solistas que irão se apresentar para o público baiano. Para o maestro Stoianov, a audição na Bahia mostra a relação musical que se criou entre o Japão e o Brasil e como este idioma universal – música: “ongaku”, em japonês – consegue traduzir e harmonizar culturas tão distintas.

Outra composição, Três Reis, de sua autoria, foi escrita em 1998 com o título de Mascarada e elaborada para piano solo. A nova versão, já com o título atual, estreou no Teatro Castro Alves, em 2004.

A obra é dividida em três partes: Davi (o Rei Judeu do Velho Testamento), Shoutokutaishi (o grande reformador do Japão do século 19) e Sachmo (o rei do jazz) e contará com os solos de André Becker, Joatan Nascimento e Jorge Alves Dias.

A peça, segundo o autor, “não busca somente a interpretação exata da partitura, mas habilidades mais criativas". Essa liberdade interpretativa foi denominada de “aleatorismo controlado” pelo compositor polonês Witold Lutoslawski (1913-1994). O concerto traz ainda a Sinfonia nº 2, de Tchaikovsky (1840-1893). A obra, escrita durante sua juventude, confirma o talento de um músico que iria marcar a música do ocidente como um dos mestres da instrumentação sinfônica.