O projeto Rompendo Barreiras, desenvolvido pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Teixeira de Freitas, tem reacendido entre os internos do Conjunto Penal do município o significado da palavra humanizar. A iniciativa pretende viabilizar atividades socioeducativas que minimizem o ócio carcerário e estimulem a interação dos presos com a sociedade.

A universidade tem atuado há mais de três anos no CPTF. Entre as ações desenvolvidas, destaque para a criação da biblioteca carcerária, em 2005, os cursos de Formação de Leitores e de Profissionalização e o Momento de Adoração (atividade religiosa).

Na semana passada, docentes da Uneb, juízes e integrantes da Polícia Militar participaram de atividades musicais e culturais, visando integrar as ações de incentivo à inclusão social, educação e percepção cognitiva dos internos.

O juiz da Vara de Crime e Execuções Penais, da Comarca de Teixeira de Freitas, Argenildo Fernandes, tocou violão e cantou para os internos. A apresentação musical aconteceu em conjunto com aula de incentivo à leitura, outra linha de atuação do projeto.

Na busca pela auto-estima dos internos, duas linhas de ação têm chamado atenção dos coordenadores – o trabalho com os presos-monitores e os relatórios das aulas de leitura. No primeira, três detentos têm a função de observar e registrar tudo o que acontece dentro da prisão. Assim, eles podem aconselhar e motivar os internos à prática das leituras e à participação nas atividades.

Os presos têm também a oportunidade de interagir socialmente, quando, por meio de relatórios produzidos sobre o que ocorreu nas aulas de incentivo à leitura, recebem uma carta de retorno com a análise dos escritos. As observações são feitas pelos estudantes do curso de Letras.

O projeto é valorizado pela sociedade por sua função na promoção da cidadania. Em 2007, o reconhecimento veio com o Prêmio Servidor Cidadão, do Governo do Estado. O Rompendo Barreiras foi classificado em segundo lugar, entre 82 concorrentes, 15 finalistas e 10 premiados.