Aproximadamente 1.200 pessoas, entre pescadores, representantes da sociedade civil organizada, profissionais do setor de pesca e aqüicultura e autoridades se reuniram, nesta terça-feira (19), na Primeira Conferência Estadual de Cessão de Uso das Águas Públicas para fins de Aqüicultura, em Salvador.

O evento, que será realizado até sexta-feira (22), vai discutir temas como a oferta e a demanda de pescado na Bahia e a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Aqüicultura no Estado. Para o presidente da Federação de Pescadores da Bahia, José Carlos Rodrigues, a piscicultura é hoje uma alternativa para o mercado de trabalho e pode gerar renda e emprego para a população baiana.

“Essa conferência vai mostrar os critérios necessários para melhorar as condições de trabalho dos pescadores na Bahia, além de agregar valor ao seu produto e aumentar a produção de pescado em todo o estado”, acentuou José Carlos.

Antes do evento foram realizadas plenárias em Salvador, Lauro de Freitas, Valença, Ilhéus, Itamarajú, Jequié, Itiúba, Paulo Afonso, Bom Jesus da Lapa, Xique-Xique, Juazeiro e Brumado, com a participação de pescadores e profissionais do setor, onde foram escolhidos 700 delegados para participar da conferência.

“A idéia é gerar, a partir desse evento, o marco regulatório para a criação do plano de desenvolvimento da maricultura por meio do controle da oferta e da demanda, da sustentabilidade e da questão ambiental”, afirmou o presidente da Bahia Pesca, Aderbal de Castro. Ele acrescentou que é essencial ouvir as propostas dos pescadores para traçar as diretrizes do Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM).

Barragens

O presidente Luís Inácio Lula da Silva lançou, este ano, na Bahia, o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável – ‘Mais Pesca e Aqüicultura – Uma Rede de Ações para o Fortalecimento do Setor’ e anunciou a construção do Terminal Pesqueiro da Ribeira. O plano compreende ações de fomento à produção de pescado no país e metas para 2011, buscando melhorar as condições de vida e trabalho dos pescadores.

A partir desse plano, a Bahia sai na frente preparando o plano estadual em busca do desenvolvimento sustentável da maricultura, por meio do aproveitamento das 300 barragens para aqüicultura e das 13 bacias hidrográficas que existem no estado.

“A aqüicultura familiar, a pesca artesanal e a industrial podem trazer desenvolvimento econômico, emprego e renda para a população baiana. Por isso, além da participação dos pescadores no desenvolvimento da sustentabilidade, existe a preocupação ambiental”, disse o governador Jaques Wagner. Segundo ele, a qualificação, o financiamento e a orientação devem ser aliadas para a Bahia poder se transformar num pólo de inclusão social por intermédio da maricultura.