“Ficar sem ver o leão e o tigre é um pouco sem graça”. A queixa do eletricista Jorge Almeida, visitante do Zoológico de Salvador, tem prazo para acabar. No próximo 12 de outubro, Dia das Crianças, o público da capital baiana poderá apreciar o novo felinário, a casa dos grandes felinos no Zôo. A obra começou em abril e visa, principalmente, ao bem estar dos bichos.

Os novos ambientes formarão quatro recintos, separando as espécies. No total são 12 animais, sendo um casal de leões e um de onças-pretas, quatro onças-pintadas, três suçuaranas e um tigre. As grades, que cercavam o local, serão substituídas por divisórias de vidros, de 30 milímetros de espessura, e preparadas para alto impacto.

“É um material seguro, que garante conforto acústico e privacidade ao animal”, afirma o coordenador do Zôo, Gerson Norberto. Ele destaca que a obra, no formato e na proporção, é inédita no Brasil.

Nas novas moradas, os felinos poderão circular em uma área maior e semelhante ao seu habitat natural. “Eles terão 50 por cento a mais de espaço, além da estrutura de concreto revestida por um sistema de rocha artificial, que permite valorizar o recinto com cachoeiras, quedas d’água, grutas e plataformas” explica o veterinário.

O felinário é a primeira das seis grandes reformas, que vão acontecer no Zôo. O objetivo é contemplar todos os 1.420 animais, compostos por 146 espécies. Os próximos projetos a entrar em execução são o das aves e dos primatas.

Em paralelo às reformas, o Zôo desenvolve pesquisas internas e em colaboração com outros centros de estudos, extrapolando a visão de zoológico como um local restrito à apreciação de animais. “Os que ainda não absorveram essa idéia de conservação estão fadados a sumir”, opina Norberto.