Até o final deste ano, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) capacitará 70 guardas de acervo que trabalham nos 13 museus e espaços artístico-culturais sob a responsabilidade do órgão estadual, vinculado à Secretaria Estadual de Cultura (Secult).

A função é considerada relevante por museus em todo o mundo pois, além de auxiliar na segurança patrimonial, os guardas agem também, eventualmente, como monitores quando ocorre grande fluxo de visitantes.

O diretor geral do instituto, Frederico Mendonça, exemplifica que durante a Semana de Museus, comemorada anualmente no mês de maio em todo o Brasil, os museus baianos chegam a aumentar o fluxo de visitantes em até 400%, obrigando a todos os funcionários a duplicarem esforços para o bom atendimento.

“Além da capacitação dos profissionais, o Governo da Bahia, por meio da Secult, estará implantando, ainda neste segundo semestre, sistemas de segurança em todos os 13 museus do Ipac, com investimentos de até R$ 4 milhões”, informa Mendonça.

O Ipac administra o Museu de Arte Moderna (MAM), o Museu de Arte da Bahia, o Palácio da Aclamação, o Museu Abelardo Rodrigues e o Solar Ferrão, entre outros, em Salvador. No interior do estado, é responsável pelo Museu Convento dos Humildes, em Santo Amaro, o Museu do Recôncavo, em Candeias, e o Parque Histórico Castro Alves, no município Cabaceiras do Paraguassu.

“Aprendi a ser uma pessoa mais tolerante, mais profissional, dedicado, atencioso e responsável”, relata o guarda de acervo Ernani Victor Rosário Jr, que trabalha no Palacete das Artes – Rodin Bahia.

Os acervos do museus do Ipac são considerados os mais diversificados do estado, e vão desde a coleção de azulejos do ceramista alemão, já falecido, Udo Knoff, até porcelanas chinesas, peças sacras tombadas pelo Iphan, ou o quadro ‘O Touro’ da pintora modernista Tarsila do Amaral, avaliado em mais de R$ 2,1 milhões, como o item de acervo mais valioso do MAM.

Gestão de pessoas

A capacitação dos guardas se dá em dois módulos semestrais. O primeiro, que ocorreu de 10 de março até final de julho, promoveu treinamentos sobre auto-conhecimento, comunicação, equipe, administração de conflitos, melhoria do relacionamento, qualidade no atendimento e perfil profissional.

O segundo módulo será com cursos sobre o museu e seu processo evolutivo, patrimônio cultural, acervos artísticos e históricos, segurança, arte contemporânea e arte moderna, atendimento ao público, dentre outros temas, como informa a psicopedagoga Maria Teresa de Alencar, do Setor de Recursos Humanos do Ipac, que detém experiência de 20 na área de comportamento e RH.

A programação prevê a capacitação profissional e também a saúde e o bem-estar dos servidores, de acordo com as mais modernas regras de gestão de pessoas, a qual considera que quanto maior a satisfação do agente, melhor será o seu resultado. “A intenção é elevar a qualidade, promovendo o crescimento pessoal e profissional dessas equipes”, ressalta Teresa.

Dos agentes treinados, 100% nunca participou de curso similar, enquanto 70% têm ensino fundamental e 30% curso médio. A coordenação contou ainda com a assistente social Karina Leahy Andrade, terapeuta e especialista em treinamento e comportamento.