Acusado de um homicídio praticado há duas décadas, no município de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, Hidelbrando Gonçalves Santos, 61 anos, também conhecido por “Nen Bahia”, foi preso na cidade de Primavera do Leste, em Mato Grosso, tendo sido encaminhado para a sede da Polinter, em Salvador.

Ele será recambiado para a cidade de Eunápolis e entregue à Justiça, que analisará a situação processual penal do acusado em relação à nova lei que acaba com a prescrição de crimes ocorridos há mais de 20 anos.

A vítima, o fazendeiro Claudionor Ferreira Vargens, foi executado com cinco tiros ao descobrir que Hidelbrando, tido como filho adotivo, havia vendido cerca de 300 bois sem o consentimento do dono. Ao tomar conhecimento do crime, a Polícia Civil de Eunápolis iniciou as investigações, conseguindo prender Hidelbrando, mas ele fugiu três anos depois, antes de ser julgado.

O homicídio aconteceu no dia 6 de abril de 1988, quando Hidelbrando, em companhia de outro homem, convenceu Claudionor Ferreira a fazer uma viajem para comprar boi numa fazenda da região. Sem desconfiar que se tratava de numa cilada, o fazendeiro aceitou a convite e acabou sendo assassinado na estrada.

Para atrapalhar as investigações, Hidelbrando contou à polícia que Claudionor tinha sido assassinato durante um assalto – inclusive chorou no sepultamento do fazendeiro. Mas o desaparecimento dos animais, durante um período em que a vítima esteve em tratamento médico, em Minas Gerais, levou o filho da vítima, Arnold Prado, a suspeitar de que Hidelbrando estivesse envolvido na morte do seu pai.

Preso dias depois, o acusado foi indiciado em inquérito por homicídio, tendo a prisão preventiva decretada pela Justiça Criminal. Três anos depois, ele conseguiu fugir da cadeia e passou a viver na cidade de Primavera do Leste, em Mato Grosso, onde comprou três fazendas e continuou negociando com gado