Um encontro realizado nesta quinta-feira (21) no Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (Ufba) deu início à série de seminários que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) promove em instituições de ensino superior e pesquisa sobre a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Esses encontros têm como objetivo favorecer a criação de uma nova abordagem sobre o empreendedorismo na Bahia que preveja o trabalho conjunto entre representantes da academia e do setor produtivo.

“Nossa idéia é estimular os pesquisadores baianos a participar de projetos em cooperação com as empresas, como prevê a Lei Federal de Inovação”, disse o diretor de Inovação da Fapesb, Elias Ramos de Souza, afirmando que até o fim do ano será lançado um programa de apoio ao pesquisador empreendedor.

Atualmente, a Fapesb tem duas iniciativas abertas com foco na inovação tecnológica. Uma delas é o Juro Zero, programa que dispõe de R$ 17 milhões para apoiar projetos de micro e pequenas empresas baianas, no valor de R$ 100 mil a R$ 900 mil, e recebe propostas até junho de 2009.

Também está aberto para inscrições o Concurso de Idéias Inovadoras, que vai conceder R$ 53 mil para projetos inscritos até 16 de outubro por alunos de cursos de graduação, mestrado e doutorado, além de inventores livres.

Pesquisa a serviço da sociedade

Para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Física da Ufba, Antônio Ferreira, os cientistas brasileiros estão, aos poucos, entendendo a importância de pesquisar em parceria com as empresas. “Esse trabalho conjunto é uma forma de mostrarmos, de maneira prática, como a pesquisa científica e tecnológica pode contribuir para a sociedade, além de ser mais uma opção de inserção no mercado de trabalho para os pesquisadores que formamos nas universidades”, explicou o professor.

No Laboratório de Propriedades Óticas do Instituto de Física da Ufba, coordenado por Ferreira, os projetos desenvolvidos na área de energia solar têm grandes chances de entrar no mercado a partir da parceria com alguma empresa. “Atualmente, estamos testando qual o material mais eficiente para ser usado em painéis que captam a energia solar e a convertem em energia elétrica e térmica, que é muito útil em estufas”, observou.

Ainda segundo ele, criar a cultura da pesquisa científica e tecnológica em parceria com o setor produtivo é uma maneira de atrair novas empresas para o estado, “pois os empresários vão perceber que temos recursos humanos especializados e com perfil adequado para atuar em seus empreendimentos”.