Aula discute a imagem de Salvador nos postais do século 20

Uma boa oportunidade para colecionadores e o público em geral interessado em história será a próxima aula do curso Conversando com sua História, nesta terça-feira (23), às 17h, no auditório da Biblioteca Pública do Estado (Barris). A prof.ª Márcia Maria Couto Mello falará sobre a construção da imagem da Cidade do Salvador no início do século 20, feita com base em cartões-postais da época.

Na ocasião, serão exibidos cerca de 60 cartões, retratando, principalmente, a região do Bairro do Comércio. A pesquisadora é tataraneta de J. Mello, um dos principais editores de postais da história do Brasil. Dentre os postais utilizados na pesquisa, estão os da coleção da própria família de Márcia Mello.

Promovido pelo Centro de Memória da Fundação Pedro Calmon/Secult, o curso tem como principal objetivo oferecer aulas gratuitas, tendo como foco a História da Bahia. A prof.ª Márcia Mello, doutoranda em Arquitetura e Urbanismo, apresentará o tema de sua dissertação de Mestrado defendida e aprovada com distinção no Programa de Pós-Graduação da UFBA. “Esse estudo versa sobre uma imagem virtual da cidade do Salvador, construída em fotografias reais até meados do século XX”, destaca a palestrante.

As contradições entre a cidade real e a imagem que lhe era atribuída como cidade ideal é outro aspecto levantado por este estudo. “Nesta época, a Bahia era retratada, para o resto do mundo, como um estado modernizado e europeizado”, afirma Mello. As representações fotográficas utilizadas para a análise desta imagem compõem a Série Clássica de cartões-postais editados na primeira metade do século.

Cartofilia

Denominação dada ao ato de colecionar cartões-postais, a cartofilia surgiu, sobretudo, pelo interesse nas informações contidas nas fotografias, tais como costumes, ruas e praças, transportes e locais turísticos do país. No trabalho que será apresentado nesta terça-feira (23), os colecionadores de cartões-postais terão a chance de ver exemplares raros, contendo imagens inéditas, pertencentes à família de J. Mello, além do material que integra o acervo do Museu Tempostal (Pelourinho).