Nesta terça-feira (2), o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), realizou plenária com produtores de Ilhéus, no escritório da Ceplac, prosseguindo com o Dia da Adesão itinerante. Eles receberam esclarecimentos sobre os principais pontos do Plano de Aceleração do Desenvolvimento do Agronegócio na Região Cacaueira (PAC do Cacau), incluindo os descontos para a renegociação das dívidas que podem chegar até 80%.

Na segunda-feira (1), a atividade aconteceu no município de Ibicaraí, renovando a esperança do agricultor Epaminondas Souza Matos, 80 anos, que, endividado há muitos anos, estava sem perspectiva de recuperar a produtividade da sua lavoura de cacau.

A ação desenvolvida em parceria com a Ceplac, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a Desenbahia e os bancos do Nordeste e do Brasil, pretende massificar ao máximo as informações sobre as vantagens requeridas aos 35 mil produtores beneficiados, que vão desde a assistência e capacitação técnica ao processo de renegociação de dívidas junto aos principais agentes financeiros.

De acordo com o secretário Geraldo Simões, coordenador do PAC, o “corpo a corpo” é a melhor maneira de difundir o programa, além de passar confiabilidade ao produtor. “Estamos trabalhando em conjunto com a EBDA, Ceplac e instituições financeiras, para chegar mais próximo do produtor. Dessa forma, ele se sente mais seguro para aderir ao plano”, enfatizou.

Durante visita às cidades, incluindo Camacã e Ipiaú ( dias 28 e 29 de agostos), onde aconteceu a atividade, Simões fez questão de destacar que o setor agrícola do país está mobilizado para a renegociação das suas dívidas e os cacauicultores beneficiados terão uma diferenciação em relação a prazos e financiamentos.

“É preciso aproveitar a oportunidade que os governos federal e estadual estão nos oferecendo para alavancar a região cacaueira, por meio da diversificação das culturas e recuperação da lavoura do cacau”, ressaltou.

Para o diretor de extensão da Ceplac, Cloildo Guanaes, o mais importante desse processo é a sinergia entre as instituições, para materializar o PAC. “Estamos trabalhando para que os produtores sejam multiplicadores das informações trazidas por cada parceiro. Dessa forma, teremos cada vez mais adeptos ao plano e mais apoio”, explicou.

Adesões

O programa investe R$ 2,5 bilhões para os produtores terem acesso a novas linhas de crédito voltadas à diversificação a produção agrícola, com o cultivo de seringa, dendê e pupunha, fortalecer e expandir a fruticultura, além de apoiar a industrialização do cacau. Mas para que isso tudo aconteça e os benefícios cheguem a quem mais precisa, é necessário que os produtores assinem o Termo de Adesão.

Até agora, aproximadamente 20% dos produtores aderiram ao plano e a expectativa é que esse número chegue a 70% até o dia 30 deste mês, quando encerra o prazo para a renegociação. Segundo o coordenador do PAC do Cacau pelo Banco do Nordeste, Delci Andrade, “as visitas aos municípios têm trazido um bom retorno, na medida que esclarece informações e mostra a real preocupação em tornar o produtor adimplente, para que este possa voltar a investir e gerar produção com novos financiamentos”.

Andrade explicou também que, a partir de novembro, o produtor sem dívidas vai poder realizar contratos para a execução de novos projetos. “Os bancos, juntamente com a Ceplac e a Seagri, estão traçando uma estratégia para essa segunda etapa prevista”, destacou.

Plano

O PAC do Cacau tem como meta acelerar o desenvolvimento da produção agrícola regional e reverter o processo de desagregação econômica, social, ambiental, cultural e política. A expectativa é de recuperar 150 mil hectares de cacau com mudas mais resistentes a pragas, além da implantação de 92 mil hectares de seringa e de 30,5 mil de dendê para a produção de borracha e biocombustíveis, respectivamente.

Ainda dentro das ações do PAC estão os programas complementares desenvolvidos pela Seagri para o incentivo do cultivo de frutas, flores e a industrialização da produção. Para alcançar os índices esperados, a secretaria investe na contratação de técnicos que vão levar aos produtores assistência técnica rural de qualidade, novas tecnologias e pesquisa.