O Programa Globo Universidade, que vai ao ar, neste sábado (13), às 7h15, na Rede Globo de Televisão, apresenta estudos e projetos realizados na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), nas áreas de Botânica e de Saúde.

A Uefs está localizada no semi-árido brasileiro, região que abrange um milhão de quilômetros quadrados, nove estados brasileiros e uma população de 30 milhões de pessoas.

Os indicadores sociais estão abaixo da média nacional e a fauna e a flora locais são as menos conhecidas e preservadas.

No programa serão entrevistados professores do Departamento de Ciências Biológicas, dos programas de Pós-graduação em Biotecnologia e de Pós-graduação em Saúde Coletiva.

A instituição possui o terceiro maior banco de DNA de plantas do mundo e, no programa, o professor Cássio Van Den Berg, do Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas, dá exemplo de como esses dados podem ser úteis no combate a crimes ambientais.
O teste de DNA na madeira permite identificar se a procedência é legal ou não, diagnóstico às vezes difícil de fazer, levando em consideração apenas a aparência.

Maior herbário

Freddy Bravo, professor, comenta a contribuição que estudos da fauna local deram à entomologia, a parte da zoologia que trata dos insetos. O professor Alessando Rapini explica porque é importante estudar o semi-árido, de biomas pouco conhecidos e população carente. Salienta que a ciência pode ajudar a população a relacionar-se economicamente com o meio ambiente de forma sustentável.

O professor Luciano Paganucci de Queiroz integra um projeto que há dez anos faz o inventário de todas as espécies de plantas, fungos e algas da Bahia.
Fala ainda sobre a cooperação com pesquisadores ingleses, que vai permitir a volta ao Brasil das plantas coletadas por naturalistas europeus no século XIX, na forma de imagens em alta resolução e dados científicos. Além de informar que a Uefs mantém o maior herbário do Nordeste, com aproximadamente 140 mil plantas.

A professora Milena Soares, do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, pesquisa plantas que possam vir a ajudar no combate às doenças mais comuns da região como a leishmaniose e a doença de chagas.

Da pesquisa participam a Fiocruz e as universidades federais da Bahia (Ufba), Paraíba e Alagoas. De 90 espécies analisadas, 52 apresentaram resultado, promissores.

No Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, a primeira professora entrevistada é Maria Conceição Oliveira Costa, que estuda o problema da violência contra crianças e adolescentes.

Ela afirma que, na maioria dos casos, a violência (uma questão mais de saúde pública do que de polícia, segundo a Organização Mundial de Saúde) parte da própria família e enfatiza que a solução é a integração social desses jovens, num esforço que deve envolver a família, a escola, a universidade.

Já a professora Rosely Cabral de Carvalho, que trabalha com crianças adolescentes envolvidas com drogas e bebidas, discute o que descobriu sobre o problema, relacionado ao papel da família, do círculo de amizades e das próprias agruras típicas da adolescência.

Maior biodiversidade

Saúde mental também é o tema de pesquisa da professora Tânia Araújo, que relaciona indicadores sociais ruins à maior ocorrência de adoecimento psíquico.

Ela sustenta que pessoas com menor renda, menor escolaridade e condições de vida mais precárias estão mais vulneráveis a transtornos como a depressão, e aponta iniciativas relacionadas ao lazer e ao esporte, que podem ser objeto de políticas públicas voltadas para a saúde.

No quadro Toque de Mestre, a entrevistada é professora do Departamento de Ciências Biológicas, Ana Maria Giulietti Harley. Ela chama atenção para o fato do Brasil ter a maior biodiversidade do planeta e a mais desconhecida também.

Diz que mesmo em universidades pequenas e modestas, o biólogo está tão rodeado de natureza ainda não conhecida que sempre pode dar uma grande contribuição à ciência.