O comandante Paulo Braga – 58 anos, 36 de aviação, 25 mil horas de vôo – explicou há pouco que a decisão de fazer retornar a Salvador a aeronave King Air C 90 do governo do estado, prefixo PP – ECO OS, foi “preventiva”, uma vez que ela não apresentava nenhum risco aos passageiros e tripulantes.

A decisão foi tomada após ser constatado o aquecimento excessivo da turbina direita do avião, que rumava para o município de Serra Dourada, no oeste baiano. Experiente, ele procedeu segundo o manual de operação da aeronave, fabricado pela norte-americana Hawker Beechcraft.

De acordo com ele, de forma alguma procedem os boatos de que a aeronave fez pouso de emergência em Salvador. “Foi um pouso normal”, esclareceu, “executado com tranqüilidade e sob todas as normas de segurança, sem alterar a rotina do aeroporto”.

Após 24 minutos de vôo, o comandante percebeu redução no torque da turbina direita e, em seguida, detectou aquecimento acima do normal neste equipamento. "Prontamente, analisando toda a situação, decidi desligar a turbina e retornar a Salvador". A aeronave estava a cinco mil metros do solo. Segundo o manual do fabricante, o King Air pode voar normalmente com apenas uma turbina, ocorrendo apenas a perda da velocidade.

O avião transportava, além da tripulação, seis passageiros que se encontrariam com o governador Jaques Wagner em Serra Dourada e de lá partiriam para Wanderley, para a inauguração de mais uma etapa do Programa Água para Todos que, no município, beneficia 23 mil pessoas, graças a um investimento de R$ 18 milhões. Estavam no avião o vice-governador Edmundo Pereira, os secretários de Relações Institucionais Ruy Costa e da Educação Adeum Sauer, o presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo, o presidente da Cerb Cícero Monteiro e o assessor especial do governador Nélson Simões.

O governador Jaques Wagner, que estava em Brasília, e usaria o jato do governo, foi convidado pelo presidente Lula a viajar no jato presidencial para Petrolina (PE). Eles participam à tarde de evento na Universidade do São Francisco.

A manutenção e o conserto das aeronaves do governo do estado são feitos apenas por oficinas aprovadas pelo fabricante, explicou o coronel Expedito, chefe da Casa Militar. Atualmente, esse serviço é feito pela Líder. Técnicos desta empresa já estão vindo a Salvador para avaliar o King Air, que não apresenta qualquer sinal visível de anormalidade, não havendo nem mesmo o acúmulo de fuligem na turbina direita. Os certificados de revisão e de aeronavegabilidade do PP – ECO OS estão em dia.