A importância da parceria entre a preservação da natureza e a atividade turística foi destacada pelo governador Jaques Wagner, nesta sexta-feira (5), durante uma visita do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a projetos ambientais em Praia do Forte, Litoral Norte da Bahia. Os dois ressaltaram a importância dos projetos ambientais desenvolvidos no país.

“É preciso ter bom senso, buscar o equilíbrio, pois cada projeto desse é gerador não só de preservação e conservação ambiental, mas de conhecimento, de atividade econômica”, disse o governador.

“Projetos ambientais criam emprego, turismo e estimulam a geração de emprego e renda, além do objetivo principal que é a preservação e conscientização”, afirmou o ministro. Minc assegurou que o Ministério do Meio Ambiente pretende lançar um projeto nacional de proteção aos corais e um plano nacional de turismo em parques.

Para os biólogos e ambientalistas, as comunidades sempre estão inseridas nos projetos, participando ativamente das atividades desenvolvidas por eles. Além disso, o turismo ecológico, além de alavancar a economia do país, é um excelente instrumento de preservação e conscientização ambiental nas comunidades. “Com o turismo todo mundo participa, ganha o artesão, ganha o comerciante, ganham os habitantes da comunidade, enquanto na caça ganham poucos”, declarou a bióloga do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Márcia Engel.

Segundo Minc, a meta do Ministério é aumentar a área de proteção da costa brasileira de 0,5 para 10% e transformar o Brasil num santuário de baleias. O ministro ressaltou ainda a preocupação com a pesca no país, para a qual será criado um projeto nacional com investimentos em toda a área de aqüicultura para garantir o aumento da atividade e o controle das espécies “sobrepescadas”.

“Creio que a gente pode criar uma aqüicultura familiar para esse trabalho, a exemplo da agricultura familiar que tanto valorizamos na Bahia”, disse o governador, sobre o projeto de aqüicultura do Ministério.

 

Tartarugas marinhas e baleias

A visita do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do governador Jaques Wagner a projetos ambientais em Praia do Forte, começou com uma apresentação técnica no Instituto Baleia Jubarte, sobre a história da instituição, uma Ong, que surgiu em 1988, como Projeto Baleia Jubarte, com o objetivo de preservar as jubarte e outros cetáceos existentes no Brasil.

O IBJ foi criado a partir da redescoberta da presença de população remanescente desses mamíferos na costa baiana, durante os trabalhos de implantação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.

No instituto também funciona o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental (Centropea), inaugurado em 2006 para oferecer informações sobre as baleias jubarte e consciência ambiental aos visitantes que podem contar com praça de alimentação, e lojas de souvenirs. O espaço também é o ponto de partida de cruzeiros de turismo para a observação de baleias.

No Projeto Tamar, criado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), em 1980, com o propósito de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil, Minc e Wagner acompanharam a soltura no mar de tartarugas das espécies cabeçuda e de pente.

A Bahia possui o maior número de áreas de desovas da tartaruga-de-pente e a Costa dos Coqueiros concentra grande parte da tartaruga cabeçuda do litoral brasileiro.

Só em 2007 foram quase 16 mil desovas e desde a criação do Projeto, foram soltos no mar, mais de 900 mil filhotes de tartaruga marinha.