O governador Jaques Wagner visitou nesta terça-feira (9) em Ouidah, no Benin, a casa do antigo mercador de escravos brasileiro Francisco Félix de Souza. Nascido na Bahia, em 1754, Félix de Souza recebeu o monopólio do tráfico de escravos do rei beninense Adandozan Guezo, após ajudá-lo a recuperar o trono. A casa, recuperada, foi inaugurada pelo presidente Lula quando da sua viagem ao país em 2006.

Em 1818, o brasileiro se converteu em Cha Cha 1º, vice-rei da antiga Benin, e num dos principais "exportadores" de escravos para as Américas. Suas aventuras foram contadas pelo escritor britânico Bruce Chatwin. O brasileiro deixou ainda uma descendência próspera e numerosa. Hoje, seu “cargo” é ocupado por um deles, o Cha Cha 8º. O Cha Cha é uma espécie de autoridade informal da região.

Wagner visitou também no Portal do Não Retorno, monumento construído em 1992, emblemático por ser o ponto a partir do qual os escravos perdiam a esperança de voltar para o continente. De lá, embarcavam para a perda da liberdade. Em seguida, o governador esteve no memorial que homenageia aqueles que morriam antes de embarcar e eram enterrados em valas comuns. Atualmente, é um local de meditação.

Em Ouidah, o governador da Bahia foi recebido e tem sido acompanhado por uma grande multidão, que faz animadas demonstrações da cultura Vodu. O Benin é o único país que venera as 41 divindades dessa forma de expressão cultural e religiosa.

Neste momento, Wagner encontra-se na Casa do Brasil, inaugurada pelo então prefeito de Salvador Mário Kertész em 1987. Mais tarde, na prefeitura do município, o governador receberá o título de cidadão benemérito.

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