A delegação baiana de sisal que esteve na Escandinávia, no período de 22 de agosto a 1° de setembro, retornou com perspectivas de fechar negócios a curto e médio prazos. A missão visitou a Finlândia, Suécia e Dinamarca com o objetivo de apresentar o Projeto Sisal-Apex aos importadores da região, mantendo contatos com importadores, trading companies, além das embaixadas brasileiras e instituições ligadas ao comércio e indústria.

A missão foi coordenada pelo Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras), no âmbito das ações do Projeto Sisal-Apex, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e com apoio do Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia.

O presidente do Sindifibras, Wilson Andrade, explica que a delegação conheceu os clientes compradores e suas necessidades na área de fibra e derivados de sisal, sendo abertas oportunidades para a exportação do sisal como fios e cordas, e para a sua utilização na indústria automobilística, substituindo a fibra de vidro usada atualmente pela natural em painéis e forros de portas.

"A busca por novas utilizações é importante para manter a demanda crescente gerando mais empregos e ampliando a renda do produtor. É necessário que, cada vez mais, o setor sisaleiro receba incentivos para que possa investir em pesquisa para o desenvolvimento desses novos usos", afirma Andrade.

Para Rafael do Prado Ribeiro, gerente do projeto Sisal-Apex e analista de comércio exterior do Promo, a receptividade dos produtos derivados do sisal brasileiro durante a missão à Escandinávia foi muito positiva. "Apesar de, na Europa, a fibra sintética dominar grande parte do mercado, as empresas da região demonstraram interesse em receber ofertas e consumir o produto das empresas brasileiras".

Segundo ele, a Escandinávia importa tanto a fibra quanto os derivados de sisal e tende a importar mais para a utilização do sisal na produção de compósitos para indústria de injeção plástica, entre outras novas utilizações da fibra. Em uma das reuniões com uma trading company dinamarquesa, que trabalha com diversos tipos de produtos agrícolas e já comercializou sisal da Tanzânia, foi demonstrado o interesse de representar as indústrias de fios e cordas de sisal brasileiro e promover os produtos em toda a região.

"Num outro encontro com um grupo atacadista da Finlândia pudemos observar como os produtos de sisal para pet, os chamado pet-toys, estão melhorando em design e diversificação no seu mix. A maior parte desses produtos tem origem chinesa e pode ser melhor explorada pelas empresas brasileiras", explica.

O superintendente do Promo, Ricardo Saback, que ofereceu suporte técnico à realização da missão, informou que as perspectivas são de crescimento das exportações baianas para a Europa, desde que seja aberto este mercado para novos usos da fibra.

As exportações baianas de sisal e derivados para a região da Escandinávia chegaram a US$ 130.021,00 de janeiro a julho de 2008, o que correspondeu a 130 toneladas de derivados do sisal, um consumo modesto, mas que tende a crescer