Pelo segundo ano consecutivo, a Corrida Daventura, neste sábado (13), terá suas emissões de gás carbônico (CO2) totalmente neutralizadas. O carbono gerado pela competição será calculado e convertido em mudas de árvores nativas, que serão plantadas e monitoradas, pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do Programa Floresta Bahia Global.

A maior corrida de aventura da Bahia acontecerá na região da Costa dos Coqueiros, município de Mata de São João, e será certificada com o Selo Carbono Zero, emitido pela Sema como garantia de que a instituição promotora, Daventura, está comprometida a plantar um número de árvores capaz de seqüestrar todo o CO2 lançado na atmosfera.

O cálculo da quantidade de árvores necessárias para neutralizar a emissão do CO2 foi encomedado a uma empresa especializada pela Superintendência de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação da Sema. Na primeira edição da corrida foram plantadas 300 mudas de espécies nativas, no Parque Estadual de Sete Passagens, em Miguel Calmon, e no entorno da Barragem do França, situada em Piritiba.

A largada da aventura multiesportiva está marcada para as 9h, e o término do desafio para às 18h. Durante o percurso, os participantes vão percorrer paisagens naturais, como as praias de Imbassaí e Diogo. Também vão transitar por áreas preservadas de Mata Atlântica, à margem do Rio Pojuca e na Reserva de Sapiranga, além de restingas e coqueirais, importantes para o ecossistema da Costa dos Coqueiros.

De acordo com o diretor de marketing do evento, Tiago Mendes, vão participar aproximadamente 80 atletas, divididos em equipes mistas, formadas por duplas ou quartetos. “Eles percorrerão 65 quilômetros, cheios de desafios, e terão que dominar modalidades como o trekking, moutain-biking, canoagem e natação”, explicou.

Segundo o superintendente de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação da Sema, Marcos Ferreira, a tendência é que as atividades esportivas aliem cada vez mais ações de preservação ambiental. “Esse tipo de evento consegue gerar emprego e renda, além de expor temas importantes como o aquecimento global e a valorização das Unidades de Conservação, por meio da recuperação de áreas degradadas, fundamentais para o meio ambiente”, avaliou.

Educação

Paralelamente ao evento, estão acontecendo ciclos de palestras nas escolas municipais da região, abordando temas como higiene bucal, educação ambiental e música ecológica. As palestras serão ministradas por dentistas, educadores musicais e atletas inscritos na corrida. “O objetivo é interagir com as comunidades locais, conscientizando a população sobre preservação ambiental”, afirmou Mendes.

Além das palestras, será realizada uma contrapartida, no âmbito turístico, com a qualificação de aproximadamente 30 condutores de visitantes mirins da Reserva de Sapiranga. Os temas abordados serão hospitalidade e qualidade no atendimento, orientação de mapa e bússola, práticas de mínimos impactos na natureza, introdução à gestão da segurança e às normas brasileiras de turismo da aventura.

A corrida, que é válida pela quinta etapa do Circuito Baiano de Corridas de Aventura, e pelo Ranking Brasileiro de Corridas de Aventura, conta com a estrutura de uma ambulância, duas motos para deslocamento, duas equipes de primeiros-socorros, além de 60 caiaques duplos, 15 radiocomunicadores e 50 mapas das provas.

Competição

As primeiras provas de corrida de aventura aconteceram na Nova Zelândia, na década de 80. No Brasil, a primeira prova realizada foi a Expedição Mata Atlântica, em 1998. Atualmente, o esporte conta com o apoio e organização da Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura e do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura.

Alguns equipamentos de segurança são essenciais para a prática da corrida, como o capacete, kit de primeiros-socorros, apito, bússola e lanterna. “O esporte exige habilidades físicas e psicológicas dos atletas, por isso a concentração é muito importante para um bom desempenho”, ressaltou Mendes.