Na reta final da Campanha Nacional de Vacinação “Brasil livre da rubéola”, a Bahia já contabiliza a imunização de quase 70% da população na faixa etária de 20 a 39 anos.

Já foram vacinadas mais de 3 milhões e 300 mil pessoas, mas a mobilização continua até o dia 12 de setembro, data fixada pelo Ministério da Saúde para o término da campanha.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) vem intensificando as ações de vacinação para garantir o cumprimento da meta, que é imunizar 4,8 milhões de pessoas.

Mesmo quem já teve a doença ou se vacinou em ocasiões anteriores deve procurar os postos de vacinação, para garantir a imunização por meio da vacina dupla viral (sarampo e rubéola).

Os homens são o alvo principal da campanha, pois constituem o público mais difícil de ser atingido e, conseqüentemente, mais vulneráveis à doença.

A campanha está sendo considerada a maior já realizada no mundo pela meta a que se propõe: vacinar 70 milhões de pessoas em todo o país.

Cada município está desenvolvendo estratégias para mobilizar a população e garantir o aumento da cobertura vacinal, como explica a coordenadora de Imunizações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Maria de Fátima Guirra.
Em Salvador, postos de vacinação continuam em atividade nos locais de grande circulação de pessoas, como shopping centers e estações de transbordo.

Nos municípios com índices mais baixos de vacinação, técnicos da Vigilância coordenarão as atividades de campanha, que serão incrementadas a partir deste fim de semana.
Áreas de grande concentração, como as ruas de comércio e feiras livres, terão postos de vacinação e também unidades postos volantes, que farão a cobertura casa a casa.

Eventos de grande participação de público jovem, como a Vaquejada de Serrinha e a prática de esportes radicais em Paulo Afonso contarão também com postos especiais de vacinação.
A estratégia funcionou muito bem em Jacobina, município que registrou os melhores índices de cobertura na semana anterior ao Dia de Mobilização Nacional, em 30 de agosto.

Além das atividades de esportes radicais e outros mais populares, como o futebol, foi feita uma articulação com a área de saúde ocupacional. Postos de vacinação foram colocados nas áreas de mineração, onde a maioria dos trabalhadores é do sexo masculino, principal alvo da campanha.

Observadores internacionais acompanham trabalho na Bahia
Durante dois dias, a Bahia contou com o acompanhamento, na campanha de vacinação, de uma equipe composta de cinco observadores internacionais ligados à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um deles, a equatoriana Fátima Franco, já se encontrava há três semanas na Bahia e aqui permanece por um período de dois meses. Os outros observadores ficaram nos dois primeiros dias de setembro cumprindo agenda em Salvador e Feira de Santana, seguindo depois para reunião geral de avaliação no Rio de Janeiro.

Em Salvador, David Sniadack e Cristina Marsigli -os norte-americanos- e Nancy Castilho e Pamela Bravo -as peruanas- reuniram-se com o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, com a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Lorene Brito, e técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e Coordenação Estadual de Imunizações.

Também participaram de reunião com uma equipe da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, seguindo depois para trabalho de campo, percorrendo postos de vacinação.

Na Unidade Básica de Saúde, na Rua Carlos Gomes, eles visitaram a Sala de Situação, obtendo dados sobre as estratégias adotadas, os indicadores da campanha, acondicionamento das doses de vacinas e um “vacinômetro” com os dados da cobertura em Salvador.

Depois, visitaram o posto instalado na Estação da Lapa, um dos postos de maior procura em Salvador. “Vamos levar as lições aprendidas aqui e estudar como essas experiências podem ser utilizadas para a eliminação do sarampo e rubéola em outros países”, disse Sniadack.

Maior campanha do mundo

A meta estipulada pelo Ministério da Saúde, de vacinar contra a rubéola e o sarampo 70 milhões de pessoas, nunca foi registrada no mundo.

É, também, a primeira experiência de juntar, em uma mesma campanha, grupos diferentes, como adolescentes (em cinco estados a campanha abrange também a faixa etária de 12 a 19 anos), adultos jovens e grupos não envolvidos antes, como as populações indígenas, que foram as primeiras a serem imunizadas este ano, na Bahia.

A decisão do Ministério da Saúde de deflagrar uma campanha dessa amplitude foi em função do surto de rubéola ocorrido em 2007 em grande parte do Brasil.

Na Bahia, foram registrados 209 casos, dos quais 56 em Salvador. Este ano, foram 29 casos no estado, 14 deles na capital.

Desde o ano passado, a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divep) da Secretaria da Saúde do Estado investiga 20 casos de Síndrome da Rubéola Congênita, três deles confirmados -em Ubatã, Poções e Dias D´Ávila.