As obras do Parque Tecnológico, na avenida Luiz Viana Filho, em Salvador, estão aceleradas, para que em 2009 o empreendimento comece a operar. O Parque Tecnológico abrigará um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica. Será também um centro de convergência do sistema estadual de Inovação na Bahia, nas esferas pública, acadêmica e empresarial.

Uma comitiva do Governo do Estado liderada pelos secretários Ildes Ferreira (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Rafael Amoedo (Indústria, Comércio e Mineração) visitou na terça-feira (23) o galpão de obras do sistema viário, a primeira etapa do empreendimento.

Durante a visita, os secretários conferiram de perto o trabalho de resgate de fauna que está sendo realizado no local. “Contamos com áreas de preservação permanente para onde são deslocadas as espécimes, depois de marcação com microchip, procedimentos veterinários e biometria, com monitoramento constante”, explica o coordenador de Monitoramento Ambiental da obra, Fernando de Almeida Dultra.

Ele explica, ainda, que nessas áreas está sendo realizado um processo de enriquecimento da fauna, com o plantio de mudas de espécies nativas que não existem mais no local. “Este trabalho já está coibindo a ação de caçadores que costumavam atuar livremente no local, inclusive com o uso de armas de fogo”, completou.

A implantação do Parque Tecnológico vai manter preservada 50% da área do loteamento. Com forte apelo ambiental, o projeto foi cuidadosamente pensado dentro de um conceito de desenvolvimento sustentável.

Para se ter idéia, o sistema viário terá piso inter-travado que permite uma maior permeabilidade e maior aderência em relação ao asfalto, além de ser ecologicamente mais recomendado por reduzir a quantidade de resíduos, possibilitando que o solo absorva uma maior parte das águas das chuvas. Já rede de energia elétrica terá postes de madeira de reflorestamento (à base de eucalipto).

Ciclovias e trilhas ecológicas contarão com baba de cupim, uma liga que substitui o cimento, material bem mais ecológico. A rede de telecomunicações contará com fibras óticas, permitindo alta velocidade de transferência de dados, além da rede tradicional metálica de comunicação, esta a partir de cabos subterrâneos.

Segundo o secretário Ildes Ferreira, além de um projeto que prima pela eco-eficiência, sua importância ambiental é revelada por uma intensa agenda de pesquisa que trará resultados nas questões ambientais, com destaque para energias alternativas e para a área de biotecnologia, com potencial inclusive de criação de agenda específica para reflorestamento. “Estamos tentando viabilizar soluções energéticas alternativas para serem utilizadas no Parque, a exemplo da energia solar”, completou.

Desenvolvimento sustentável

Os parques tecnológicos têm crescido em todo mundo como alternativas para o desenvolvimento sustentável dos povos. Atualmente, o Brasil tem cerca de 40 unidades deste tipo, a maior parte em fase de implantação. São 18 na região Sudeste, 12 no Sul, seis na região Nordeste, um na Centro-Oeste e outro na Norte.

O empreendimento baiano é uma das prioridades do governo estadual e já se trabalham o fortalecimento e a estruturação dos grupos de pesquisa locais ligados às áreas chaves do TecnoVia: Energia e Ambiente, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Biotecnologia.

Para o secretário Rafael Amoedo, o Parque Tecnológico terá importância fundamental nas mais diversas atividades industriais, já que o desenvolvimento tecnológico perpassa todos os setores da economia. “Consolidar os segmentos produtivos que envolvem tecnologia é um diferencial no mundo moderno”, disse. Também participaram da visita técnica a diretora geral da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Dora Leal, o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (Iel), Armando da Costa Neto, além de representantes das Secretarias de Planejamento (Seplan), Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Casa Civil, Universidade Federal da Bahia (Ufba), e Câmara Municipal de Salvador.